Hoje é 23 de novembro de 2024 23:43

Brasil condena qualquer ato de violência, diz chanceler sobre Irã

Ministro das Relações Exteriores comentou a situação ao ser cobrado por profissionais de imprensa sobre posicionamento do Brasil, considerado brando em relação ao Irã
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil: “Fizemos, como fazemos sempre, um apelo para contenção e entendimento entre as partes” // Fotos: José Cruz/Agência Brasil

Em resposta aos recentes eventos de violência no Oriente Médio, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, condenou veementemente qualquer ato de violência e pediu por entendimento e restrição entre as nações envolvidas. Durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, Vieira se posicionou sobre o ataque do Irã contra Israel, que ocorreu em retaliação ao bombardeio de sua embaixada em Damasco, na Síria.

“O Brasil condena sempre qualquer ato de violência e conclama sempre ao entendimento entre as partes”, afirmou Vieira, reforçando a política brasileira de busca pela paz e estabilidade internacional.

O ministro foi questionado pelos jornalistas acerca da posição do Itamaraty, especialmente após a publicação de uma nota oficial no último sábado (13), que expressou “grave preocupação” em relação aos disparos de mísseis e drones do Irã em direção a Israel.

A nota do Itamaraty apelou para que todas as partes envolvidas exerçam “máxima contenção” e conclamou a comunidade internacional a se mobilizar para evitar uma escalada ainda maior do conflito. A posição do Brasil segue alinhada com seu histórico de defesa da diplomacia e do diálogo como meios para resolução de conflitos internacionais.

A nota foi criticada por organizações israelenses no Brasil, como o Instituto Brasil-Israel, que afirmou que, enquanto a União Europeia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) se manifestaram de maneira firme, o Brasil “preferiu abdicar de uma posição firme, não condenou os ataques, não se solidarizou com as famílias israelenses e optou por dar margem para dúvidas sobre o que se passou na madrugada de ontem”.

Mauro Vieira informou que, no momento em que a nota foi produzida, ainda não estava evidente qual era a extensão do ataque iraniano contra Israel.

“A nota foi feita à noite, às 11 horas da noite, quando todo o movimento começou. E nós manifestamos o temor de que o início da operação pudesse contaminar outros países. Mas isso foi feito à noite no momento que não tínhamos claro a extensão, ou o alcance, das medidas tomadas e fizemos, como fazemos sempre, um apelo para contenção e entendimento entre as partes”, destacou.

Agressão de Israel motivou ataque

O governo do Irã informou que atacou Israel no último sábado (13/4) baseado no direito de autodefesa previsto no artigo 51 da Carta das Nações Unidas, em resposta a ataques contra a embaixada do país na Síria, no início do mês, matando sete comandantes militares de Teerã.

O ataque do Irã contra Israel foi duramente criticado pelas potências ocidentais, como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, que ficaram ao lado do governo de Tel Aviv. O presidente estadunidense, Joe Biden, disse que “o apoio à segurança de Israel é de ferro”.

A professora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Rashmi Singh ressalta que é importante contextualizar o ataque.

“Precisamos lembrar que o Irã não está fazendo isso do nada, é uma retaliação do bombardeamento do consulado em Damasco, que foi uma coisa muito inaceitável em termos de normas internacionais. Ninguém pode tocar em consulados de outro país em um terceiro país. Então isso foi uma coisa bem errada do lado do Israel”, diz. (Com informações da Agência Brasil)

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