Hoje é 20 de setembro de 2024 06:59

Ex-presidente do DEM de Anápolis, Cacai Toledo é preso em Brasília

Ele é acusado de matar empresário Fábio Escobar, que denunciou em vídeos na internet desvios de recursos na campanha eleitoral de governador de 2018
Segundo Polícia Civil, homicídio ocorreu por vingança porque Fábio Escobar denunciava desvios de dinheiro na campanha eleitoral de governador de 2018 // Foto: Reprodução/Internet

O empresário Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai Toledo, foi preso pela Polícia Civil de Goiás nesta segunda-feira (3/6) em Brasília. Cacai é ex-presidente do partido DEM (atual União Brasil) de Anápolis e réu pela morte do também empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, em junho de 2021. Ele estava foragido desde novembro do ano passado, quando teve prisão decretada pela Justiça.

A Polícia Civil não divulgou as circunstâncias da prisão, somente que a prisão foi feita pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), em ação integrada com a Superintendência de Inteligência da Polícia Civil e Inteligência da Secretaria da Segurança Pública de Goiás. Mas informações serão repassadas em uma coletiva de imprensa marcada para terça-feira (4).

A Polícia Civil (PC) concluiu que o empresário Fábio Escobar foi assassinado no dia 23 de junho de 2021 por vingança após ter denunciado desvios de dinheiro na campanha eleitoral de governador de 2018. Cacai foi coordenador da campanha política do Democratas ao governo do estado de 2018, em Anápolis, cujo candidato a governador ela Ronaldo Caiado.

Com a eleição de Caiado, ele ganhou o cargo de diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). Em 2020, foi preso por suspeita de fraudes em licitações na companhia e perdeu o cargo.

Em fevereiro deste ano, a defesa de Cacai Toledo disse à TV Anhanguera sobre “não haver indícios de que ele seja o autor do crime e que a investigação foi concluída sem que todos os elementos pudessem ser checados”. A defesa não se pronunciou sobre a prisão de Cadai.

Entenda o caso

Fábio Escobar trabalhou com Cacai durante a campanha de 2018. No ano seguinte, passou a denunciá-lo na internet por supostos desvios de dinheiro. Em um dos vídeos, Escobar mostrava o momento em que devolvia R$ 150 mil, que ele dizia ter recebido de Cacai como suborno para que ele parasse com as denúncias. Para a investigação, essas desavenças motivaram o assassinato do empresário.

“O dinheiro de vocês está aqui, ninguém me compra não. Pode colocar pistoleiro, pode colocar o que for. O dinheiro que vocês me mandaram está aqui”, diz ele no vídeo.

O pai de Escobar afirma que o filho tinha muitas informações sobre supostos desvios de dinheiro. José Escobar disse também que o filho chegou a ser ameaçado por uma pessoa ligada a Cacai.

“Essa não foi a primeira vez que o meu filho foi seguido por PMs disfarçados. Eu sempre alertei que isso ia acabar do jeito que acabou, porque ele estava mexendo com gente muito perigosa e muito endinheirada. A morte do meu filho foi encomendada por políticos, pago por políticos, acobertado por políticos”, disse o pai do empresário, em entrevista à TV Anhanguera..

Segundo a polícia, Cacai, junto com Jorge Caiado, que tem prestígios na Secretaria de Segurança Pública (SSP), usou da proximidade com policiais militares para planejar e matar Escobar. Eles teriam aliciado agentes para executarem o assassinato e prometido promoções por “ato de bravura”.

A polícia apurou que, dois dias antes do assassinato do empresário, o PM Welton da Silva habilitou uma nova linha em um celular furtado por policiais, se passou por um “Fernando” e, por mensagens, tentou fechar negócios com Escobar. As investigações concluíram que o policial matou o empresário.

Após conclusão do inquérito da Polícia Civil, além de Cacai Toledo, três policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público pela morte de Fábio Escobar. Eles se tornaram réus pelo crime de homicídio qualificado. Posteriormente, Jorge Caiado, primo do governador e assessor na Assembleia Legislativa, também foi denunciado pelo mesmo crime.

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