O dentista Igor Leonardo Soares Nascimento foi preso em flagrante pela Polícia Civil de Goiás enquanto fazia procedimentos de forma clandestina em um consultório com portas fechadas. Ele foi proibido de atender por decisão judicial depois de uma paciente perder parte do nariz.
“Recebemos a notícia que ele estava atuando como odontólogo na área de estética de forma clandestina”, diz o delegado Igomar de Souza, da 1ª Delegacia de Polícia de Aparecida de Goiânia.
“A partir daí iniciamos investigações e o flagramos realizando procedimento estético. Foi dada voz de prisão e ele foi conduzido à delegacia”, explica o delegado.
A prisão aconteceu na segunda-feira (24/6), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, quando, de acordo com a Polícia Civil, o dentista foi flagrado logo depois de realizar um procedimento estético em uma paciente. Neste procedimento, Igor teria aplicado uma substância de uso proibido para fins estéticos, conhecida por PMMA (polimetilmetacrilato), nos termos da portaria da Anvisa.
O delegado conta que a paciente não sabia que a substância PMMA estava sendo utilizada nela, acreditando que seria ácido hialurônico.
A polícia afirma que possui elementos que indicam que o odontólogo tenha praticado os crimes de exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica e desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito, além de crime contra relação de consumo.
Paciente denunciou deformação
Um dos casos que levou ao indiciamento de Igor Leonardo Soares Nascimento por exercício ilegal da medicina e lesão corporal foi o da paciente Elielma Carvalho Braga, que fez uma cirurgia chamada alectomia em junho de 2020 após ver anúncios do dentista na internet. A alectomia é usada para reduzir as asas nasais e afinar o nariz e não pode ser feita por dentistas. Nos dias seguintes ao procedimento, ela começou a sentir fortes dores e alterações no rosto. A vítima precisou fazer diversas cirurgias para reconstrução e ficou com cicatrizes.
A divulgação da imagem do investigado foi procedida nos termos da Lei 13.869/2019, portaria n° 547/2021/DGPC, tendo em vista o interesse público no sentido de identificar outras eventuais vítimas de crimes praticados por ele.
O PORTAL NG não conseguiu contato com a defesa do suspeito.