Hoje é 21 de setembro de 2024 20:38

Polícia Civil conclui investigação sobre morte de Dayara Talissa

Companheiro e funcionários de fazenda são indiciados por feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual
Polícia Civil conclui investigação sobre morte de Dayara Talissa. Foto: Polícia Civil

A Polícia Civil de Goiás concluiu na terça-feira (31/07) o inquérito policial sobre o feminicídio de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, jovem de 21 anos cujo corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição em uma fazenda na cidade de Orizona. A identificação do corpo, realizada através de exames de DNA e análise da ossada, confirmou a identidade da vítima. Dayara estava desaparecida desde o dia 25 de março.

A investigação revelou uma série de contradições e elementos que levaram ao indiciamento de três pessoas: o companheiro de Dayara, um funcionário da fazenda e uma mulher de 40 anos. Segundo o delegado Kennet Carvalho, responsável pelo caso, o inquérito foi instaurado a partir do registro de ocorrência feito pelo próprio companheiro da vítima, 15 dias após o desaparecimento. “Foi instaurado o inquérito a partir do registro de ocorrência pelo próprio investigado, 15 dias após o desaparecimento. Em razão das diversas contradições que ele apresentou, instauramos o IP”, explicou o delegado.

No início da investigação, foram ouvidos quatro homens que estavam na fazenda no dia do desaparecimento da vítima, incluindo três funcionários. Todos eles apresentaram contradições em seus depoimentos, o que levou a polícia a tratá-los como suspeitos. Em contato com a família da vítima, a polícia foi informada que a jovem havia enviado uma mensagem no dia 11 de março dizendo que estava em Itumbiara, Goiás, e enviou uma localização. No entanto, a análise da escrita das mensagens revelou que a forma de escrever havia mudado repentinamente, o que indicou que alguém estava se passando por ela. “Constatamos que Dayara mudou a forma de escrever de forma repentina. Assim, havia fortes indícios de que foi o investigado que se passou por ela”, afirmou o delegado Carvalho.

O telefone foi posteriormente encontrado descartado em um córrego em Itumbiara. A polícia realizou diligências e verificou que dois dos investigados, seu companheiro e um funcionário de 19 anos, estavam em Itumbiara na manhã do desaparecimento, embora tivessem afirmado estar em Orizona. Diante das suspeitas, foi solicitada a prisão dos envolvidos.

Após a prisão, foi descoberto que o companheiro de Dayara manuseou uma máquina na fazenda no dia 10 de março, após a morte dela. As buscas na fazenda, que possui 112 alqueires, localizaram o corpo enterrado a aproximadamente cinco metros de profundidade. “Realizamos buscas pelo local em que ele operou a máquina e localizamos o cadáver enterrado a aproximadamente cinco metros”, detalhou Carvalho. O investigado confessou a ocultação do cadáver e a fraude processual. O funcionário de 19 anos também confessou seu envolvimento.

Os outros funcionários da fazenda, inicialmente suspeitos, foram considerados inocentes e seus nomes foram solicitados para arquivamento. A mulher de 40 anos foi indiciada por utilizar o telefone de Dayara por cerca de 10 dias e depois descartá-lo no mesmo local onde a localização havia sido enviada.

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