Hoje é 22 de novembro de 2024 01:04

Advogada e policial penal são presos por vazar informações sigilosas

Operação do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás apura envolvimento de advogados com facção criminosa
Na diligência foram encontradas provas de possível atividade de advogadas com o crime organizado, na função de “mensageiras” levando recados e ordens de criminosos presos para pessoas em liberdade // Foto: Divulgação

Uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) prendeu em Goiânia, na manhã desta segunda-feira (12/8), uma advogada e um policial penal de Goiás. Ela é suspeita de agir como “mensageira” de presos; o policial penal teria vazado informações sigilosas. Segundo o MPGO, a advogada levava recados e ordens de criminosos presos para pessoas em liberdade, possibilitando, desta forma, a ocorrência de crimes.

A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPGO), em parceria com a Polícia Penal e com apoio da Polícia Militar de Goiás. Foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão contra uma advogada e um policial penal, suspeito de vazamento de informações sigilosas. Outro mandado de busca e apreensão também teve uma advogada como alvo.

Durante a diligência foram encontradas provas de possível atividade das advogadas com o crime organizado, na função de “mensageiras” levando recados e ordens de criminosos presos para pessoas do meio externo. A atuação alcançaria não apenas fatos relacionados à facção criminosa, mas também a outros crimes, como tráfico de drogas.

A Diretoria-Geral de Polícia Penal, que colaborou com as investigações, acompanhou o cumprimento do mandado que teve como alvo o policial penal. A ação também foi acompanhada por representante da Ordem dos Advogados do Brasil.

A operação contou com apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MPGO e com a atuação de promotores de Justiça, policiais penais e militares.

Como não foram revelados nomes dos suspeitos e presos, a reportagem não conseguiu contato com suas defesas.

A Diretoria-Geral da Polícia penal e a Seção Goiás da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/GO) divulgaram nota sobre a operação. Veja abaixo.

Nota da Diretoria-Geral da Polícia Penal

A Diretoria-Geral de Polícia Penal informa:

– A investigação que deu origem a Operação Mensageiro partiu do monitoramento de advogados de presos de organizações criminosas realizado pela Polícia Penal, em parceria com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás.

– Esse monitoramento, com autorização judicial, teve início há seis meses pelo setor de Inteligência da Diretoria-Geral de Polícia Penal.

– A DGPP acompanhou o cumprimento do mandado que teve como alvo a advogada e o policial penal, e abriu sindicância interna para apurar os fatos envolvendo o servidor da instituição.

– A Polícia Penal reitera que não compactua com eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus integrantes.”

Nota da OAB Goiás

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informa que foi comunicada e acompanhou os procedimentos da Operação ”Mensageiro” por meio da Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP), de modo a garantir os direitos, prerrogativas e o respeito ao contraditório e à presunção de inocência de ambas as advogadas envolvidas. Em situações como essa, é praxe que a OAB-GO acompanhe toda a investigação para, em seguida, tomar as providências necessárias na seara ética, caso se comprove eventual infringência dos deveres funcionais dos inscritos.”

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