A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, tornou-se centro de uma polêmica ao criticar publicamente o bilionário Elon Musk durante o Cria G20, evento paralelo à cúpula do G20 no Rio de Janeiro, no sábado (16/11). A fala teve repercussões em diferentes esferas políticas e levantou debates sobre diplomacia e desinformação.
Enquanto discursava sobre o combate à desinformação, Janja foi interrompida pelo som de uma buzina de navio e, em tom de brincadeira, associou o barulho ao empresário. Ela declarou: “Alô, acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você. Inclusive: fuck you, Elon Musk.” O termo, que em português equivale a “vá se f****”.
Durante outro evento no mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou o episódio de forma indireta, ao afirmar que é preciso evitar confrontos desnecessários.
“Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém”, disse Lula, destacando a importância de focar em questões sociais, como o combate à fome.
A declaração da primeira-dama foi rapidamente compartilhada nas redes sociais, chegando ao conhecimento de Musk. Em seu perfil no X (antigo Twitter), o empresário respondeu com emojis de riso e a frase: “Eles vão perder a próxima eleição.”
Políticos como Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro também reagiram ao comentário de Janja. “Já temos mais um incidente diplomático”, declarou o ex-presidente. Eduardo Bolsonaro diz: “Esse é o nível do governo Lula da Silva — com consequências diplomáticas.”
Já o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) pediu a convocação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para esclarecer as consequências que essa fala pode causar. Segundo Van Hattem, o episódio “pode influenciar a cooperação internacional, especialmente em temas estratégicos e econômicos”.
Por outro lado, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que Janja expressou um sentimento compartilhado por muitos.
“A verdade é que a @JanjaLula falou o que estava preso nas nossas gargantas.”, disse o ministro.
Janja comenta ataque com explosivos na sede do STF
Durante o painel sobre regulação das plataformas digitais no G20, a primeira-dama Janja fez comentários sobre o atentado ocorrido em 13 de novembro na Praça dos Três Poderes em Brasília, envolvendo Francisco Wanderley Luiz, suposto homem-bomba. Janja se referiu a Wanderley de forma crítica, chamando-o de “bestão”, enquanto ela discutia a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no combate às fake news.
Segundo Janja, o ministro foi convidado para o evento, mas não compareceu devido a questões de segurança relacionadas ao ataque.
“A gente convidou o ministro Alexandre de Moraes que tem sido um grande parceiro nessa questão das fake news, por mais que seja difícil, ele está enfrentando. E por conta do que aconteceu em Brasília, inacreditavelmente essa semana, e o ‘bestão’ lá acabou se matando com fogos de artifício, mas enfim. Incrível”, afirmou Janja.
A Polícia Federal revelou que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morador de Ceilândia, no Distrito Federal, agiu de forma premeditada. Segundo depoimento da ex-mulher de Wanderley, Daiane Farias, o objetivo dele era matar ministros do STF, com foco no ministro Alexandre de Moraes.
No dia do atentado, ele estacionou seu carro perto da Câmara dos Deputados, onde houve uma primeira explosão, e, em seguida, se dirigiu ao STF, tentando entrar no prédio antes de detonar mais explosivos em frente à Corte. Ele ainda arremessou explosivos na direção da estátua “A Justiça” e do prédio do STF, mostrando que estava com artefatos presos ao corpo. Após se deitar no chão, acionou um explosivo que havia colocado atrás da cabeça.
