O presidente dos EUA, Joe Biden, concedeu perdão total e incondicional ao filho, Hunter Biden, no domingo (1º/12). A medida impede que Hunter seja sentenciado ou preso por condenações relacionadas à compra ilegal de arma e à sonegação de US$ 1,4 milhão em impostos. A decisão ocorre menos de dois meses antes de Donald Trump assumir novamente a presidência e não pode ser revertida por ele.
O perdão marca uma mudança na postura de Biden, que anteriormente havia prometido não usar seu cargo para beneficiar familiares. Após a condenação de Hunter, Biden declarou respeitar as decisões judiciais e descartou qualquer perdão. O anúncio surpreende também porque a Casa Branca, até novembro, reafirmava que não haveria clemência para o filho do presidente. “Nenhuma pessoa razoável que analise os fatos dos casos de Hunter pode chegar a outra conclusão além de que ele foi alvo apenas porque é meu filho”, justificou o presidente Biden.
Hunter Biden foi condenado em junho por mentir em um formulário federal ao comprar uma arma, ocultando seu vício em drogas. Em um caso fiscal paralelo na Califórnia, ele confessou culpa por sonegar impostos milionários. Somadas, as acusações poderiam render até 42 anos de prisão, embora as diretrizes federais apontassem para penas mais brandas.
Casos de perdão presidencial envolvendo familiares não são inéditos. Bill Clinton perdoou o irmão Roger Clinton por crimes de drogas, e Donald Trump concedeu perdão ao pai de seu genro, Jared Kushner, por sonegação fiscal. Porém, diferentemente desses casos, Hunter Biden não chegou a cumprir pena, gerando debates sobre o uso do poder presidencial.
Em comunicado, Hunter expressou alívio pelo perdão e se comprometeu a ajudar outros que enfrentam vícios e dificuldades. Biden, por sua vez, declarou que a decisão reflete um ato de pai e presidente, esperando compreensão dos americanos. A decisão ocorre em meio a ataques de Trump, que há anos usa os problemas legais de Hunter como alvo político.
