Hoje é 4 de dezembro de 2024 16:20

Grupo alvo de operação da PC teria movimentado R$ 19 bilhões

Em outra investigação polícia revela que homicídio de advogado em Rio Verde foi motivado por fazenda avaliada em R$ 100 milhões
Produtores de grãos vítimas dos golpes tiveram prejuízo de R$ 40 milhões no esquema que, supostamente, envolvia lavagem de dinheiro e sonegação fiscal // Foto: PCGO

A Polícia Civil de Goiás prendeu quatro suspeitos de aplicar golpes em pelo menos 13 produtores de grãos de Rio Verde. Outros dois estão foragidos, e os agentes acreditam que possam ter fugido para os Estados Unidos. Eles são Camila Rosa Melo e Vinícius Martini de Mello, que foram colocados na lista vermelha de procurados da Interpol.

Na operação, que aconteceu nos dias 28 e 29 de novembro, foram cumpridos também 18 mandados de busca e apreensão em Rio Verde, Morrinhos, Goiânia, Santo Antônio da Barra e Montividiu. Com isso, foram apreendidos cerca de R$ 200 milhões em bens, sendo 468 veículos, duas aeronaves e sete imóveis de luxo. Conforme investigação, o grupo teria movimentado cerca de R$ 19 bilhões em um período de três anos, e, por esse motivo, foi feito o bloqueio de contas bancárias.

O delegado Márcio Marques explica que um dos suspeitos teria dado um golpe em produtores rurais de Rio Verde e fugido para os Estados Unidos em meados de junho deste ano, denúncia que deu início à investigação. As vítimas tiveram um prejuízo total de R$ 40 milhões. Ele comenta que o grupo também é suspeito de sonegação fiscal.

“Não satisfeitos com os valores que obtiveram com a prática de sonegação fiscal ou com a prática de diversos estelionatos, eles vitimaram os produtores rurais de Rio Verde. Ele comprou dos produtores, não pagou, vendeu para outros e não entregou”, completou o delegado.

Conforme informado, os grãos eram comprados por valores mais altos e vendidos por preços menores, com a emissão de notas fiscais frias e a contratação de laranjas para não pagar os tributos devidos. Com a sonegação, o dinheiro desviado retornava como uma forma de lavagem de dinheiro.

“Quem pagava a conta era o Estado de Goiás, porque tinha sonegação de impostos e eles não recolhiam o tributo”, explicou o delegado.

Fazenda de R$ 100 milhões teria motivado assassinato de advogado

Em outra operação, a Polícia Civil investiga o mandante da morte do advogado Cássio Bruno Barros, de 48 anos, em Rio Verde. Supostamente, ele tinha o objetivo de manter uma fazenda no Mato Grosso avaliada em R$ 100 milhões, que foi comprada pela vítima. O suspeito foi preso na última quinta-feira (29/11), na cidade de Água Boa, no Mato Grosso.

A propriedade comprada por Cássio havia sido invadida há 20 anos por Márcio Sérgio Ferrari, suspeito de encomendar o homicídio. Segundo o delegado Adelson Candeo, a passagem de uma linha férrea dentro da fazenda e a instalação de um porto seco fizeram com que ela tivesse uma supervalorização.

“Teve uma supervalorização em virtude da passagem da estrada férrea, da linha férrea dentro da propriedade, inclusive o Porto Seco está sendo instalado dentro da propriedade. Então, o hectare ali, que girava em torno de R$ 20 mil mencionado no próprio processo, hoje se fala até em R$ 1 milhão”, afirma.

Ele explica que outro advogado também era alvo do investigado por auxiliar a vítima em uma ação, que vinha desde 2028, para assegurar a posse da terra ocupada irregularmente. Foi revelado que Cássio sofria ameaças e tinha medo de ir ao Mato Grosso, mas se sentia seguro em Rio Verde.

No entanto, foi apurado que ele foi monitorado por quase um ano antes do homicídio, com uso de drones e rastreadores GPS. Oito pessoas foram presas por envolvimento no crime.

A morte de Cássio Bruno Barroso, em Rio Verde, no dia 3 de outubro de 2024, foi gravada por câmeras de segurança. Após sair de seu escritório e abrir a porta da caminhonete, o advogado foi atingido por um tiro nas costas.

Após disparar quatro vezes e se certificar de que a vítima havia sido atingida, o executor fugiu em um Fiat Uno, dirigido por um comparsa que estava parado nas proximidades.

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