Hoje é 22 de dezembro de 2024 04:56

Nova operação prende 5 suspeitos de desviar R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia

Polícia Civil cumpriu outros 17 mandados de busca e apreensão na capital e Anápolis para apurar fraudes em convênio firmado entre a secretaria e uma entidade privada
Entre os alvos de prisão temporária estão o ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia Wilson Pollara e o ex-secretário-executivo Quesede Ayres Henrique, que ainda estão foragidos // Foto: PCGO

Uma operação da Polícia Civil cumpriu cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão em Goiânia e Anápolis. A ação, deflagrada nesta terça-feira (17/12), apura o suposto desvio de R$ 10 milhões em recursos públicos por meio de uma fraude em um convênio firmado entre a pasta e uma empresa privada de prestação de serviços.

Foram presos Marcus Vinícius Brasil Lourenço, presidente do União Mais Saúde, Wander de Almeida Lourenço Filho e Veriddany Abrantes de Pina. Entre os alvos de prisão temporária estão ainda o ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia Wilson Pollara e o ex-secretário-executivo Quesede Ayres Henrique, que, até o fechamento desta reportagem, se encontram foragidos.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que cumprirá todas as determinações judiciais e que colabora com o fornecimento de informações e documentos para garantir que os fatos sejam esclarecidos.

A investigação busca esclarecer os crimes de peculato e associação criminosa praticados em um convênio de 2024 feito pela Secretaria Municipal de Saúde e uma associação privada sem fins lucrativos. O contrato visava a aquisição de equipamentos para serviço de saúde móvel, palestras e pesquisas sobre acessibilidade e avaliação do microbioma intestinal em pacientes com Doença de Crohn grave.

De acordo com informações da Polícia Civil, a Secretaria de Saúde teria transferido R$ 10 milhões para essa associação. Esse valor teria sido gasto entre 20 de agosto e 5 de setembro via transferências PIX, TED e TEV, além de saques em dinheiro.

Entenda o caso

Conforme apurado, o secretário-executivo Quesede, que exercia o cargo de Secretário Municipal de Saúde de forma interina, teria impulsionado de forma irregular o processo administrativo solicitado pelo presidente da associação. O contrato teria sido fechado sem publicidade, cotação de preços e outras exigências para regularização do instrumento contábil.

Seis dias depois de iniciar o processo, Quesede efetuou a ordenação de despesa e emitiu a nota de empenho no valor de R$ 10 milhões. Já em 16 de agosto, o secretário de Saúde, Wilson Pollara, assinou o termo de convênio. E entre os dias 19 e 22 de agosto, o valor foi inteiramente pago para a associação.

Segundo a polícia, o presidente da associação teria se apropriado de mais de R$ 2,6 milhões por meio de transferências para uma conta bancária de mesma titularidade da associação, mas que era diferente da que foi criada para a movimentação de recursos do convênio.

Além disso, ele é suspeito de ter desviado R$ 6,4 milhões para uma terceira empresa que fornecia materiais hospitalares. A polícia explica que, ao receber o valor da associação, a sócia-administradora da empresa teria feito uma série de transferências e saques em valores em espécie que ultrapassam R$ 1 milhão.

O Ministério Público de Goiás ressalta que o suposto esquema acontece paralelamente à crise na rede pública de Saúde de Goiânia. Pelo menos cinco pessoas morreram no último mês à espera de leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTIs).

A defesa de Wilson Pollara informa que o cliente se encontra em tratamento em São Paulo para tratar um câncer de rim diagnosticado no início do mês. Os advogados afirmam que ainda não obtiveram acesso aos autos do processo e que emitirão um posicionamento formal tão logo esteja em posse dos elementos informativos referentes à operação. A nota destaca ainda o histórico do ex-secretário de Saúde e afirma que sua inocência será reconhecida no curso das apurações.

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