A CDL Goiânia (Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia) e o Sindilojas-GO manifestaram preocupação com a decisão da prefeitura de eliminar vagas de estacionamento em vias arteriais de Goiânia. A medida, anunciada pelo prefeito Sandro Mabel (União), afetará avenidas de grande fluxo – como Anhanguera, Castelo Branco e Jamel Cecílio – para implantar uma terceira faixa de rolamento e melhorar o trânsito. A proibição já começa a valer a partir desta segunda-feira (10/2).
Em nota, a CDL Goiânia ressaltou que, embora apoie iniciativas que aprimorem a mobilidade urbana, “considera inaceitável que tal iniciativa seja implementada sem um planejamento adequado que leve em conta os impactos no setor comercial e na economia local.”
A entidade alerta que a retirada das vagas reduzirá o fluxo de consumidores, desestimulando o consumo e diminuindo as vendas, o que pode comprometer a sobrevivência de centenas de estabelecimentos, especialmente no Centro e no bairro de Campinas.
“A CDL Goiânia alerta que o comércio de rua já enfrenta uma séria perda de clientes, especialmente no Centro e no bairro de Campinas, e essa medida irrefletida poderá acelerar ainda mais tal declínio”, destacou.
Além disso, a CDL aponta que, sem opções acessíveis de estacionamento, os consumidores tenderão a buscar alternativas em shoppings e regiões com melhor infraestrutura. A entidade defende que as decisões com alto impacto econômico sejam debatidas previamente com o setor varejista, pois “qualquer decisão que impacte diretamente a economia da cidade precisa ser debatida amplamente e contar com soluções alternativas que minimizem os prejuízos.”
Por fim, a CDL enfatizou a necessidade de um estudo aprofundado sobre o tema, com a elaboração de um projeto amplo e moderno. “A solução, na visão da entidade, não pode ser simplesmente a retirada das vagas sem um plano estruturado para substituí-las”, argumentou, reforçando que as intervenções urbanas devem considerar tanto a mobilidade quanto a sustentabilidade econômica.
Já o Sindilojas-GO emitiu nota afirmando que o comércio de rua em Goiânia será profundamente prejudicado com a medida, já que a proibição de estacionamento afastará consumidores, desestimulando o consumo e provocando queda nas vendas.
A entidade ressalta que “há anos” vem pedindo à prefeitura a criação de mais vagas públicas e lembra que o comércio é o segundo maior segmento gerador de empregos formais na cidade, com quase 123 mil postos ativos, conforme dados do Caged.
“Para o Sindilojas-GO, os comerciantes e a própria população devem ser chamados para o diálogo antes de decisões de alto impacto como essa, que coloca em xeque a sobrevivência de milhares de empresas, sendo mais de 600 só na Avenida Castelo Branco, por exemplo”, enfatizou a entidade.