Hoje é 9 de março de 2025 12:08

Modernização da iluminação de Goiânia custará R$ 1,4 bilhão em 25 anos

Contrato prevê substituição de 150 mil pontos de iluminação em 18 meses, sendo que 100 mil lâmpadas e luminárias serão trocadas nos primeiros 100 dias
Prefeito, Sandro Mabel, projeta economia de até R$ 2 bilhões ao longo dos 25 anos de vigência do contrato // Foto: Alex Malheiros

A Prefeitura de Goiânia anunciou, nesta quinta-feira (6/3), o lançamento do Programa Brilha Goiânia, com o intuito de modernizar toda a iluminação pública da cidade. O projeto prevê a substituição de 150 mil pontos de iluminação em um período de 18 meses, sendo que 100 mil lâmpadas e luminárias serão trocadas nos primeiros 100 dias de execução. O investimento total é de R$ 1,4 bilhão, distribuído ao longo de 25 anos, tornando-se o maior já realizado na capital para esse fim.

O prefeito Sandro Mabel explicou que o projeto foi iniciado na gestão passada, do prefeito Rogério Cruz, e estava previsto para ter início após 12 meses de sua assinatura. Mas a atual administração antecipou a execução para o dia seguinte à formalização do acordo.

A Parceria Público-Privada (PPP) estabelecida para a execução do Brilha Goiânia prevê um investimento mensal de R$ 4,6 milhões a partir do 12º mês após a assinatura do contrato. Durante os quatro primeiros meses, a Prefeitura desembolsará aproximadamente R$ 170 mil por mês, enquanto o consórcio responsável pela execução do projeto antecipará os investimentos iniciais, aplicando mais de R$ 200 milhões no primeiro ano.

O consórcio terá duração de 25 anos e contará com um investimento total de aproximadamente R$ 1 bilhão.

“Com essa iniciativa, além de tornar Goiânia uma cidade mais iluminada e segura, vamos garantir uma economia de quase R$ 2 bilhões ao longo do contrato”, comenta Mabel.

O projeto Cidade Inteligente vai além da iluminação pública, abrangendo segurança e conectividade em Goiânia. Além da modernização luminotécnica, o contrato com o Consórcio Brilha Goiânia inclui videomonitoramento, uma central de operação de imagens, uso de energia solar e expansão da fibra ótica. Serão quase mil quilômetros de fibra, permitindo a integração de mais de 20 mil câmeras e um centro de operações com inteligência artificial para monitoramento e combate ao crime.

“Vamos garantir que Goiânia seja uma das cidades mais seguras do Brasil”, enfatizou o prefeito. “Até 2026, queremos que os turistas saibam que podem vir e contar o dinheiro na praça porque, se forem roubados aqui, receberão seu dinheiro de volta em dobro”, afirma Mabel.

Além da substituição das luminárias, o programa prevê a instalação de pontos de iluminação de destaque em áreas estratégicas, como parques, praças, viadutos e prédios públicos. Também será implementado um sistema de gestão remota da rede de iluminação, permitindo o monitoramento em tempo real de todos os pontos de luz.

O cronograma prevê que os trabalhos comecem pela região central de Goiânia. “A cidade está escura e não podemos permitir que isso continue”, ressaltou Mabel. “Vamos cobrar firme da empresa para que Goiânia brilhe novamente e para que a população tenha mais segurança.” O prefeito também garantiu que, em um ano e meio, todas as lâmpadas da cidade serão substituídas por modelos de LED.

O vereador Anselmo Pereira (MDB) afirma que a Câmara Municipal de Goiânia trabalha em parceria com o prefeito Sandro Mabel na implementação de projetos para a melhoria da qualidade de vida na cidade.

“Nós temos certeza de que Goiânia está enquadrada entre tantas outras capitais como uma cidade inteligente. Todo esse sistema integrado e as parcerias que a prefeitura vai fazer com a Guarda Civil Metropolitana, vai fazer com o Copom, vai fazer com tantos outros, com a Polícia Olímpica Federal, ela vai trazer para Goiânia uma segurança nunca vista”, afirma o vereador.

Gestão planeja investir R$ 1 bilhão por ano a partir de 2027

Foto: Secom Goiânia

Por meio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), a Prefeitura de Goiânia tem como meta destinar R$ 1 bilhão por ano para investimentos em infraestrutura e melhorias na cidade. Segundo o secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira, a estratégia visa equilibrar as contas públicas e garantir mais recursos para obras que beneficiem a população.

Dessa forma, os valores economizados pela implementação das lâmpadas de LED serão redirecionados para esses investimentos. Valdivino destaca que 2025 será um ano atípico, pois a atual administração ainda trabalha para solucionar problemas financeiros herdados da gestão anterior.

“Possivelmente não haverá como investir os R$ 1 bilhão ainda no próximo ano. Entretanto, somados os recursos contratados com operações de crédito, podemos ultrapassar esse valor em investimentos”, explica.

Uma das principais dificuldades enfrentadas pela prefeitura é a queda da nota de capacidade de pagamento do município, avaliada pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). A classificação caiu de A para C, o que significa que Goiânia não tem poupança corrente suficiente e, sem a garantia do governo federal, precisa arcar com juros mais altos para contratar empréstimos.

De acordo com Valdivino, a gestão anterior comprometeu mais de 85% das receitas com despesas correntes, chegando a 97% em alguns momentos. Isso reduziu drasticamente a capacidade de investimento da cidade. Para reverter esse quadro, a atual administração implementou um rigoroso controle de gastos, buscando reduzir despesas e priorizar investimentos.

“Fixamos uma meta de não passar de 85% em despesa corrente e deixar pelo menos 15% para receita de capital, que inclui pagamento de dívidas e obras na cidade”, afirma Valdivino. Segundo ele, essa estratégia visa recuperar a nota de classificação para A ou B, o que permitiria melhores condições para obtenção de recursos no mercado.

A prefeitura decretou estado de calamidade financeira para reforçar a necessidade de austeridade nos gastos. No entanto, Valdivino esclarece que essa medida não significa uma quebra na ordem de licitações ou compras.

“Nós temos dito, desde o primeiro dia, que esta calamidade financeira é muito mais didática do que prática. Então, precisamos cortar gastos, o que estamos fazendo desde o primeiro dia. Implantamos um severo controle”, ressalta.

Outro ponto importante do plano de ajuste financeiro é a revisão de contratos vigentes. O objetivo não é rescindir acordos, mas reduzir aqueles que apresentam custos excessivos.

“Se for necessário, faremos sem problemas. Mas a nossa intenção não é esta, e sim gastar o mínimo possível”, enfatiza Valdivino.

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