A Polícia Civil de Goiás cumpriu seis mandados de busca e apreensão contra funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda, da Prefeitura de Goiânia, para apurar esquema de fraudes no registro de ponto eletrônico. A operação foi realizada nesta quinta-feira (13/3) nas residências de seis dos investigados.
A fraude foi descoberta durante a investigação de outro crime, no qual um servidor da Prefeitura estaria envolvido com uma quadrilha que fraudava a venda de imóveis na cidade. O celular desse indivíduo foi apreendido e, após análise de mensagens trocadas entre os funcionários, o esquema foi identificado.
Conforme explicado pelo delegado Rômulo Figueiredo de Mattos, responsável pela investigação, os envolvidos utilizavam um código, “mexe o doce”, para indicar que um colega deveria registrar o ponto por eles, garantindo a remuneração mesmo sem comparecer ao trabalho.
“Ao menos 11 servidores estão fraudando documentos de trabalho. Eles utilizam um código no WhatsApp, e assim outro colega presente no local bate o ponto, fazendo com que o ausente não tenha necessidade de ir trabalhar”, comenta o delegado.
Rômulo explica que a fraude aconteceu de julho de 2023 até novembro de 2024 e a forma como os funcionários presentes registram o ponto dos que estavam ausentes levanta a suspeita de que alguns dos que estão na folha de pagamento possam ser servidores fantasmas.
“Os colegas que estão presentes no local gerenciam o registro de outros servidores ao ponto de avisar entre eles sobre a não necessidade de bater o ponto, caso um esteja de férias ou folga. Isso levanta a hipótese de que alguns dos investigados sejam servidores fantasmas”, afirmou.
A Prefeitura de Goiânia divulgou nota oficial sobre o caso, afirmando que apoia integralmente a investigação e se coloca à disposição para colaborar com as autoridades.
“O compromisso da administração municipal é com a transparência, a ética e a correta aplicação dos recursos públicos”, diz o comunicado.
Os nomes dos servidores investigados não foram divulgados. A Polícia Civil afirma que continua a apuração para entender a extensão do esquema e se mais funcionários estão envolvidos no caso. Os suspeitos podem responder por falsidade ideológica e estelionato majorado, crimes cujas penas podem chegar a 13 anos de prisão.