Hoje é 16 de abril de 2025 04:43

Caiado propõe levar experiência de segurança pública de Goiás para todo o país

Governador defende descentralização de poder, ampliação de presídios e atuação coordenada com países vizinhos no combate ao narcotráfico
“É preciso respeitar os entes federados. O que vemos hoje é o contrário, é o governo querendo concentrar o poder dentro de Brasília”, afirma Caiado sobre PEC da Segurança

Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), voltou a questionar o Governo do presidente Lula, nesta quarta-feira (9/4), e exigiu medidas efetivas para combater o narcotráfico. Pré-candidato às eleições presidenciais de 2026, Caiado declarou que planeja expandir para o resto do Brasil as estratégias aplicadas em Goiás na área da segurança, caso assuma a Presidência da República.

“Nunca houve nenhuma política dos governos do PT de enfrentamento às facções, que avançam cada dia mais”, ressaltou o governador goiano.

Caiado enfatizou que o êxito das políticas públicas depende, antes de tudo, da habilidade de entender a realidade local e combater diretamente os principais obstáculos. Por isso, apoia a descentralização dos Estados na gestão da segurança pública, contrastando com a PEC da Segurança, proposta pelo governo federal, que, em sua visão, centraliza excessivamente o poder em Brasília.

“É preciso respeitar os entes federados. O que vemos hoje é o contrário, é o governo querendo concentrar o poder dentro de Brasília”, declarou em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan.

“Primeiro, é necessária uma mudança que faça com que a estrutura estadual tenha mais poder no enfrentamento e nas penas dos crimes cometidos ali”, argumentou o pré-candidato.

“Isso para que os estados possam ter medidas rápidas em relação aos crimes que estão sendo praticados, e que têm motivado insegurança em seu território”, completou.

Como exemplo, Caiado mencionou os incêndios criminosos ocorridos em Goiás, em agosto de 2024. Na ocasião, o governador determinou, por meio de projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, que o crime se tornasse inafiançável. Posteriormente, porém, a decisão foi anulada pela Justiça.

Seria necessário ampliar para 300 mil vagas a mais nos presídios’

A segunda proposta de Caiado para a segurança pública nacional refere-se ao sistema prisional.

“A maioria dos presos, hoje, estão sob tutela dos Estados, mas ao mesmo tempo são crimes de responsabilidade federal. Seria, então, necessário ampliar para 300 mil vagas a mais nos presídios do Brasil, de acordo com as necessidades de cada um”, explicou.

Em terceiro lugar, citou a criação de uma força de segurança com inteligência e capacidade operacional.

“É também fazer com que haja um repasse dos fundos que não fossem contingenciados, e que chegasse a todas as polícias militares, em parceria com a polícia estruturada federal, com armamento do que tem de mais sofisticado, drones de longa distância, satélites de inteligência”, detalhou.

Caiado ainda abordou a importância de consolidar e ampliar a cooperação com outros países, focando no combate ao narcotráfico.

“É criar uma articulação internacional, uma mesa de negociações com a Bolívia, o Peru e a Colômbia, que são países onde há produção de cocaína, para que buscássemos uma ação conjunta. E complementaria com uma força capaz e integrada, junto com as forças armadas brasileiras, para retomar a Amazônia, o Morro do Borel [no Rio de Janeiro], Salvador, Fortaleza e outros tantos estados onde as facções governam mais que os governadores”, enumerou.

Queda de criminalidade – Nos últimos seis anos, Goiás registrou quedas expressivas nos principais indicadores de criminalidade. O roubo a banco foi zerado no estado, enquanto outros crimes também apresentaram reduções significativas entre 2018 e 2024. O roubo de cargas caiu 97%, passando de 435 para apenas 13 casos; o roubo de veículos recuou 93%, de 10.104 para 756 registros; o roubo a transeuntes teve queda de 88%, de 46.270 para 5.645 ocorrências; o roubo em comércios diminuiu 87%, de 3.518 para 452 casos; e o roubo a residências caiu 79%, de 2.349 para 485. Já os homicídios dolosos tiveram redução de 55%, passando de 2.118 para 945 registros no mesmo período.

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