Hoje é 16 de abril de 2025 06:19

Falsa central bancária: polícia desarticula grupo que movimentou R$ 3,3 milhões

Ao menos onze pessoas foram presas e 32 mandados de busca e apreensão cumpridos em cidades de São Paulo e em Brasília
Investigação descobriu que a organização criminosa possuía ramificações em ao menos quatro cidades, espalhadas por três estados da federação // Fotos: Divulgação/PCGO

A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), deflagrou nesta terça-feira (15/04) uma operação para desarticular uma organização criminosa responsável por aplicar fraudes eletrônicas e lavar grandes quantias de dinheiro. Foram deferidas 59 ordens judiciais entre prisões e buscas e apreensões contra pessoas e endereços localizados nas cidades de São Paulo, Embu das Artes/SP, Itanhanhém/SP e Brasília. Onze pessoas foram presas e 32 mandados de busca e apreensão cumpridos.

De acordo com a PCGO, as investigações que culminaram na Operação Nexo Oculto, deflagrada hoje, tiveram início após uma empresária ter R$ 449.998,00 subtraídos de sua conta bancária por meio de seis transferências fraudulentas via TED (Transferência Eletrônica Disponível). A investigação desvendou uma organiza

O autor da fraude utilizou uma sofisticada técnica para falsificar o número de contato que aparecia para a vítima, fazendo com que o identificador de chamadas exibisse o nome de um banco, popularmente conhecida como golpe da ‘falsa central bancária”. Isso, aliado à técnica de engenharia social e ao uso de um programa de acesso, permitiu que o criminoso acessasse o computador da vítima e executasse as transferências bancárias.

O golpe foi executado por um número de telefone similar ao da instituição financeira para simular contato oficial da instituição bancária. Em seguida, os valores desviados foram redistribuídos rapidamente para contas de pessoas físicas e jurídicas.

“As investigações revelaram movimentações bancárias superiores a R$ 3,3 milhões em apenas três meses, muitas vezes com valores de crédito e débito equivalentes, o que é característico de contas de passagem”, informou a Polícia Civil de Goiás.

Investigação encontrou diversos indícios de lavagem de capitais

Foi identificado também o fracionamento deliberado de valores e a pulverização rápida de quantias entre contas vinculadas a familiares, empresas recém-criadas e contas sem histórico de movimentação anterior, compras de escrituras públicas em valores superiores a 100% da avaliação fiscal, compras com dinheiro em espécie superior a R$ 30 mil – todos indícios clássicos de lavagem de capitais.

“A organização criminosa possuía ramificações em ao menos quatro cidades, espalhadas por três estados da federação: Goiás, São Paulo, Distrito Federal. Os investigados utilizavam empresas de fachada, testavam contas bancárias com valores simbólicos antes de aplicar o golpe e movimentavam altas quantias para dificultar o rastreamento”, informou a polícia em nota.

As medidas policiais e judiciais contra os investigados foram respaldadas com base na Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/98), Lei das Organizações Criminosas (Lei 12.850/13) e Código Penal (arts. 155 §4º-B e 288, crimes de furto qualificado mediante fraude eletrônica e associação criminosa), além de seguirem os parâmetros de monitoramento de transações anormais previstos pela Carta Circular nº 4.001/2020 do Banco Central.

As investigações prosseguem com foco na completa desarticulação da rede criminosa e identificação de novos envolvidos.

“A DERCC reforça seu compromisso com o combate à criminalidade cibernética e informa que os investigados permanecem à disposição do Poder Judiciário”, conclui a polícia em nota.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Quer receber nossas notícias em seu whatsapp?

Compartilhar em:

Notícias em alta