O Papa Francisco, argentino batizado com o nome Jorge Mario Bergoglio, faleceu nesta segunda-feira (21/4), aos 88 anos, às 2h35 (horário de Brasília), em Roma. O Vaticano confirmou a morte, mas ainda não detalhou a causa. Francisco se recuperava de uma pneumonia bilateral após 38 dias de internação. O comunicado oficial exaltou seu compromisso com os valores do Evangelho e sua dedicação aos pobres e marginalizados. As cerimônias fúnebres começaram horas após o falecimento, com missa e ritos de deposição do corpo.
O enterro será na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, uma escolha incomum desde 1903. Argentino e jesuíta, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história e assumiu o posto em 2013, após a renúncia de Bento XVI. Ele liderou a Igreja por quase 12 anos, tornando-se o 266º pontífice. Sua eleição, segundo ele mesmo, ocorreu contra sua vontade inicial. Sua trajetória foi marcada por posições progressistas e diálogo inter-religioso.
Durante os últimos meses de vida, Francisco enfrentou diversos problemas respiratórios. Internado inicialmente em fevereiro, teve alta no fim de março, mas continuou sob cuidados médicos. A infecção foi agravada por um quadro de bronquite e, depois, pneumonia nos dois pulmões. Mesmo doente, continuou participando de compromissos religiosos, ainda que com limitações. O Vaticano chegou a descrever o estado de saúde como “complexo”.
Período de escolha do novo Papa inicia em até 20 dias
A morte de Francisco inicia o período conhecido como “Sé vacante”, em que a liderança da Igreja é temporariamente suspensa. Nesse intervalo, o governo do Vaticano é assumido por um Colégio de Cardeais. Algumas funções administrativas são interrompidas até a escolha do novo papa. O processo de sucessão começa entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice. Nesse período, são convocadas reuniões preparatórias e o Conclave.
O Colégio dos Cardeais conta atualmente com 252 membros, dos quais 138 têm menos de 80 anos e estão aptos a votar no próximo papa. Entre eles, sete são brasileiros, como Dom Leonardo Steiner (Manaus) e Dom Odilo Scherer (São Paulo). O novo papa será escolhido em votação secreta, realizada na Capela Sistina. Até lá, a Igreja permanece em estado de transição, com decisões limitadas ao essencial. A expectativa é de um conclave rápido, dada a experiência acumulada nos últimos anos.
Francisco deixa um legado de aproximação com os mais pobres, defesa do meio ambiente e postura firme contra abusos na Igreja. Seu papado foi marcado por reformas internas e abertura ao diálogo sobre temas sensíveis. Ele buscou promover uma Igreja mais inclusiva e voltada ao acolhimento. Também enfrentou críticas de alas conservadoras, que resistiram a algumas mudanças propostas. Ainda assim, manteve forte apoio popular ao longo de seu pontificado.
Além de suas ações pastorais, Francisco também teve destaque político, sendo mediador em conflitos internacionais e defensor dos direitos humanos. Foi um dos líderes globais mais influentes do século XXI, respeitado por diferentes credos e ideologias. Sua morte marca o fim de uma era na Igreja Católica. A expectativa agora recai sobre o perfil do próximo pontífice e os rumos que ele dará à instituição. O mundo acompanha com atenção o processo sucessório.
Lula e lideranças políticas e religiosas de Goiás lamentam morte do Papa
As homenagens ao papa Francisco se multiplicam por todo o planeta. Fiéis se reúnem em praças, igrejas e catedrais para prestar tributos. Líderes religiosos e chefes de Estado expressaram pesar pela morte do pontífice.
Em nota, a Arquidiocese de Goiânia informou que será celebrada, nesta segunda-feira, às 12h, na Catedral Metropolitana, uma Missa em sufrágio pelo Papa Francisco. Antes da celebração, às 11h30, o arcebispo Dom João Justino de Medeiros Silva atenderá a imprensa no local.
Em suas redes sociais, o presidente Lula publicou fotos de um encontro recente que teve com o Santo Padre e escreveu uma longa nota lamentando sua perda. “A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são bases dos ensinamentos cristãos”, evidenciou. Católico, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, escreveu duas frases icônicas de Francisco em suas redes sociais e disse que “o mundo certamente sentirá sua falta”, escreveu.
Em nota conjunta, divulgada para imprensa, o prefeito de Goiânia e a primeira-dama lamentaram a morte do Santo Papa. “Com profundo pesar, eu e Karol recebemos a notícia do falecimento do Papa Francisco. O mundo se despede de uma liderança espiritual que transcendeu fronteiras religiosas e deixou um legado de humildade, compaixão e esperança. Que ele descanse em paz, na graça e na luz de Deus”, declararam.
