O deputado estadual Veter Martins (União Brasil), representante de Aparecida de Goiânia na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deve enfrentar grandes desafios para buscar a reeleição em 2026. Sem o apoio do ex-prefeito Vilmar Mariano (MDB) — seu principal cabo eleitoral em 2022 — e com a máquina pública fora do alcance, o parlamentar precisará reformular sua estratégia política.
Em 2022, Martins contou com forte articulação de Vilmar, então prefeito de Aparecida, que assumiu o cargo após a desincompatibilização de Gustavo Mendanha (MDB) para disputar o governo estadual. Na ocasião, Vilmar mobilizou sua base e teria, segundo informações de bastidores, pressionado servidores públicos a apoiarem a candidatura de Veter, sob risco de represálias administrativas.
A campanha foi concentrada quase exclusivamente em Aparecida de Goiânia. Com apoio ostensivo da estrutura municipal, Veter obteve 30.836 votos — a maioria esmagadora na cidade. Em retribuição, prometeu destinar R$ 12 milhões em emendas parlamentares para o município, reforçando a parceria com Vilmar, a quem se refere como “compadre”.
No entanto, a centralização da campanha gerou efeitos colaterais: Aparecida elegeu apenas um deputado estadual — o próprio Veter. Outros nomes da cidade, como Willian Panda (PSB), Isaac Martins (UB) e Vanilson Bueno (PSDB), ficaram apenas na suplência.
Agora, o cenário se inverte. Fora do comando da prefeitura e com Vilmar politicamente desgastado — acusado pela atual gestão de deixar uma dívida superior a R$ 500 milhões —, Veter terá de buscar apoio fora dos limites de Aparecida. Isso representa um desafio considerável, já que diversos deputados já avançam na articulação por bases eleitorais no interior e na capital.
A grande incógnita é: qual será a estratégia de Veter para viabilizar a reeleição? Apostar numa aproximação com Leandro Vilela (MDB)? Ou colocar o pé na estrada e tentar conquistar votos em outras regiões do estado?
Trajetória – Veter Martins iniciou como servidor público em Aparecida de Goiânia (1993), elegeu-se vereador em 2001 e 2004 (como o mais votado), disputou deputado federal em 2010 (suplente) e atuou como secretário executivo (2011) e vice-prefeito (2012). Entre 2013 e 2015, ocupou cargos estaduais (chefe de gabinete e diretor da CMTC) e municipais (Secretaria de Governo). Foi vice-prefeito novamente (2016-2020), secretário de Planejamento (2021) e elegeu-se deputado estadual em 2022 com mais de 30 mil votos.
