A Central Geral de Flagrantes de Goiânia, departamento da Polícia Civil de Goiás, deteve na manhã desta quinta-feira (15/5) o administrador do Hospital Renaissance, localizado na Rua 9 do Setor Marista, em Goiânia, devido a “grave descumprimento de normas sanitárias”.
De acordo com o delegado plantonista Humberto Teófilo, a ação foi desencadeada após a Vigilância Sanitária do município intervir em resposta às denúncias sobre a continuidade das atividades do hospital, que já havia sido interditado parcialmente no dia 30 de abril por não atender às normas de saúde.
“Apesar da interdição, o hospital continuou a receber pacientes, tanto na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quanto no ambulatório, o que levou à interdição total da unidade de saúde”, explica o delegado.
“Em novas investigações, realizadas nesta quarta-feira, 14 de maio, a Vigilância Sanitária confirmou que o hospital estava atendendo normalmente, desrespeitando às ordens de interdição”, acrescenta Humberto Martins
Com informações sobre a situação irregular, a Vigilância Sanitária acionou a Polícia Civil, que deteve o responsável pelo hospital, enquadrando-o no crime previsto no artigo 268 do Código Penal, que trata da infração de medidas sanitárias preventivas (pena detenção de 1 mês a 1 ano).

Ainda segundo a Polícia Civil, durante as investigações, constatou-se que os funcionários do hospital enfrentam atrasos salariais e não estão recebendo o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Além disso, tanto os colaboradores quanto os pacientes não tinham conhecimento da interdição do hospital, expondo-os a riscos sanitários e à precarização do trabalho”, afirma Humberto Teófilo.
Adicionalmente, foi verificado que a UTI ainda estava funcionando de maneira irregular, sem a equipe médica completa, o que agrava a situação de risco à saúde pública.
O delegado informou que foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência contra o administrador do hospital, que seria liberado em seguida, após assinar termo de compromisso para comparecer a audiência na Justiça.

Sobre a situação do hospital, o delegado afirmou, por fim, que está funcionando “de uma maneira clandestina”, já que está proibido de aceitar novos pacientes.
“O hospital está fechado e só pode atender àqueles pacientes que estão na UTI e que serão remanejados para outras unidades”, disse.
Até o fechamento desta reportagem, o hospital ainda não havia se pronunciado sobre o ocorrido. Uma mensagem do hospital em rede social, de agosto de 2024, informa que a unidade hospitalar estava com nova direção.