Hoje é 28 de novembro de 2024 17:02

Clínica de reabilitação é interditada em Aparecida de Goiânia por torturar pacientes em piscina cheia de lodo

Espaço está localizado no Setor no Jardim das Cascatas e tinha 75 internos do sexo masculino, entre maiores e menores de idade, mesmo funcionando de forma irregular, o local cobrava o valor de R$ 1,2 mil por mês pelas internações
Clínica de reabilitação clandestina foi interditada em Aparecida de Goiânia após denúncias de agressão e tortura | Fotos: Divulgação/PC

Uma clínica de reabilitação clandestina foi interditada em Aparecida de Goiânia nesta segunda-feira (16/10). A operação da Polícia Civil foi realizada após denúncias de tortura e maus-tratos contra dependentes químicos e portadores de doenças mentais.

De acordo com as investigações, os internos viviam em condições desumanas, eram agredidos e castigados em uma piscina cheia de lodo.

No momento da operação, o dono da clínica não foi encontrado no local, por isso não foi preso em flagrante.

A clínica está localizada no Setor no Jardim das Cascatas e tinha 75 internos do sexo masculino, entre maiores e menores de idade. Apesar de irregular, o local cobrava o valor de R$ 1,2 mil por mês pelas internações.

Durante a fiscalização, a polícia ainda constatou que a água utilizada para o consumo e banho era retirada de um córrego através de uma bomba, e portanto, não recebia nenhum tipo de tratamento. Vários internos mostraram pedaços de ferros que eram usados nas práticas de agressão e tortura.

“Eles tomavam água de um córrego sem tratamento. Havia uma bomba nesse córrego e eles tinham queixas de diarreia, vômito. Vários deles disseram que foram agredidos, espancados”, disse o delegado do caso, Antônio André Santos Júnior.

Quando a polícia entrou no local, encontrou um interno dentro da piscina cheia de lodo. Aos policiais, ele explicou que estava de castigo.

“Ele tinha cerca de 19, 20 anos. Estava na piscina e estava totalmente queimado do sol, porque tinha a pele muito clara e estava na piscina desde a manhã, de castigo”, explicou o delegado.

A Vigilância Sanitária, Assistência Social, Meio Ambiente e Conselho Tutelar também estiveram presentes na clínica. Após a operação, todos os internos foram encaminhados para os seus responsáveis legais.

Além disso, os internos também disseram que as condições dos alojamentos eram totalmente insalubres, chegando ao ponto de terem que dividir um banheiro com 44 pessoas. As necessidades básicas eram feitas dentro de um balde.

Os familiares dos internos foram comunicados sobre a ação e sobre a situação das vítimas.

O nome do dono da clínica não foi divulgado pela polícia, por isso não foi possível localizar a sua defesa. Ele pode responder pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos.

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