Acusado por uma fiel de importunação sexual, o pastor Davi Passamani, 44 anos, renunciou ao cargo de presidente e líder religioso na igreja A Casa. Em nota divulgada neste domingo (24/12), Passamani diz que a decisão é definitiva.
Uma fiel apresentou prints de conversas em que o pastor narra uma fantasia erótica que havia imaginado com ela e mostrou o pênis em uma chamada de vídeo.
“Por meio desta e no sentido de preservar a Casa de Deus e cuidar da minha saúde e família, apresento minha RENÚNCIA ao cargo de presidente e líder religioso da igreja Casa Ministério Cristão em caráter definitivo, irretratável e irrevogável para que surta os legais efeitos”, diz trecho da nota.
“Por consequência deve assumir a liderança da igreja nossa vice-presidente Giovanna de Almeida Lovaglio”, acrescenta o texto.
A suposta prática de importunação sexual contra a fiel aconteceu na madrugada de terça-feira (19/12) e a mulher procurou a delegacia no dia seguinte para registrar boletim de ocorrência. Ela disse que o pastor mandou uma mensagem de texto, perguntando se ela estava bem. Ela respondeu que sim e agradeceu pelas orações que Davi fez a ela em momento anterior.
De acordo com o relato da vítima, o pastor então perguntou sobre o namorado dela e descobriu que a relação havia terminado. Aí ele perguntou se podia confiar na vítima para fazer algumas confissões. Ela disse que sim e o pastor passou a descrever uma fantasia erótica que havia tido com ela.
Em uma das mensagens, o pastor questionou: “Do que mais sente falta no seu relacionamento? […] Por que a maioria sempre sente mais falta de sexo, mas isso não é problema pra você, né?”. Ao perceber a natureza inapropriada da conversa, a jovem decidiu acompanhar a situação para avaliar a extensão do comportamento do pastor.
Ainda segundo registrado na ocorrência, na sequência Davi Passamani ligou para a mulher por chamada de vídeo e mostrou o pênis. Depois, desligou a câmera e, apenas por áudio, se masturbou. A vítima narra que o pastor desligou a ligação e continuou mandando mensagens, mas ela não respondeu mais.
A Polícia Civil informou em nota que detalhes sobre a investigação serão repassadas em momento oportuno.
Em março de 2020, uma veterinária que frequentava a igreja do pastor o denunciou dizendo que, em uma conversa, ele perguntou sobre a vida sexual dela, disse que queria sentir seu beijo e que teve um sonho com ela. Outra mulher procurou a polícia no mês seguinte e também denunciou o pastor pelo mesmo crime.
Apesar disso, a Justiça de Goiás, atendendo a requerimento do Ministério Público, determinou o arquivamento do inquérito policial.