O advogado que abandonou a mãe de 85 anos em estado crítico em uma unidade de saúde em Goiânia vai responder por maus-tratos seguidos de morte, além de exploração financeira e abandono, afirmou o delegado Alexandre Bruno Barros, da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI) de Goiânia. A idosa foi deixada no Cais Jardim América desnutrida, com ferimentos, coberta de fezes e urina, e em dificuldade respiratória, segundo as investigações. Ela morreu dias depois, na UTI da Santa Casa. O delegado Alexandre Bruno informou que o pedido de prisão preventiva será encaminhado até sexta-feira (11/4).
O caso foi descoberto por meio de uma denúncia feita por uma assistente social da unidade de saúde, que acionou a Polícia Civil ao ver a gravidade da situação. O homem havia deixado a mãe sem identificação, o que dificultou o atendimento inicial. Após ser localizado, o advogado foi preso em flagrante no dia 1º de abril, mas acabou solto após audiência de custódia no dia 4. Com a morte da vítima, a pena pode ultrapassar 15 anos.
De acordo com a investigação, essa não foi a primeira vez que o filho responde por crimes semelhantes. Ele já havia sido preso anteriormente por abandono e maus-tratos à mesma idosa. Segundo a polícia, a vítima era pensionista de um magistrado, e parte significativa da renda dela teria sido comprometida por empréstimos feitos pelo próprio filho, caracterizando exploração financeira.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) se manifestou por meio de nota à imprensa, afirmando que acompanha o caso por meio do Sistema de Defesa das Prerrogativas. A entidade reforçou que, embora a prisão não tenha relação direta com o exercício da advocacia, apura todas as infrações éticas que chegam ao seu conhecimento. A OAB-GO também ressaltou o compromisso com o direito de defesa e o contraditório.
O delegado destacou a gravidade do crime, ressaltando que a omissão e os maus-tratos contribuíram diretamente para o agravamento do estado de saúde da idosa e, consequentemente, sua morte. Ele frisou que a investigação será rigorosa, e o caso deve servir como alerta para situações de violência doméstica contra idosos. O nome do advogado não foi divulgado pela Polícia Civil, mas o espaço para sua manifestação segue em aberto nesta matéria caso sua defesa se pronuncie sobre as acusações.
Polícia descobre fábrica clandestina de ração animal em Goianira
Uma ação conjunta entre a Polícia Civil de Goiás e o Ministério da Agricultura resultou na descoberta de uma fábrica clandestina de ração animal em Goianira nesta quinta-feira (9/4). Os produtos eram manipulados e vendidos ilegalmente, considerados impróprios para consumo. A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).
Durante as buscas, foram apreendidos ingredientes como creolina, calcário e corante de construção civil, além de embalagens e maquinários usados na produção irregular. Centenas de unidades prontas para venda foram encontradas no galpão. Os responsáveis fabricavam e comercializavam os produtos sem autorização sanitária.
Segundo a polícia, o custo de produção era extremamente baixo, enquanto o lucro chegava a 34 mil por cento. As rações eram amplamente divulgadas e vendidas em plataformas digitais, sendo distribuídas para consumidores em diversas regiões do país. A investigação segue para identificar outros envolvidos.
