O agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos, foi preso sob suspeita de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Natural de Salvador e há 22 anos na corporação, ele é acusado de vazar informações confidenciais sobre a segurança de Lula durante o período de transição. A prisão ocorreu nesta terça-feira (19) e faz parte da operação “Contragolpe”, que investiga uma trama golpista envolvendo militares e agentes públicos.
De acordo com informações da PF, inicialmente, Wladimir tentou esconder seu telefone celular ao ser abordado, mas o aparelho foi apreendido pelos agentes. Diante do mandado de prisão, ele decidiu colaborar com as investigações, prestando um depoimento extenso que trouxe informações relevantes ao caso, mas que ainda não foram divulgadas à imprensa.
Soares foi preso junto com quatro militares do Exército, que faziam parte de um grupo que discutia o planejamento de um golpe de Estado. O grupo também cogitava o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. As autoridades investigam as conexões entre os envolvidos e possíveis vínculos com o governo Jair Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, Wladimir utilizava sua posição para repassar informações privilegiadas sobre a segurança presidencial. Ele atuou diretamente na proteção do hotel onde a equipe de transição de Lula estava hospedada. Mensagens obtidas pela PF mostram que ele enviou dados sensíveis a figuras próximas ao governo anterior, como Sérgio Cordeiro, ex-assessor especial da Presidência.
O atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, destacou que as Forças Armadas apoiam integralmente o aprofundamento das investigações. A operação “Contragolpe” segue para identificar todos os envolvidos na trama, reforçando o compromisso das instituições com a democracia e a estabilidade política do país.
“Mais uma vez, nossa vontade é ver os responsáveis identificados, de forma a mostrar que são alguns indivíduos e que não representam o todo das Forças Armadas”, disse à imprensa nesta quarta-feira (20/11).