Hoje é 7 de julho de 2024 09:44
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Amanda Partata tentou suícidio antes de prisão revela Polícia Civil

Delegado revela detalhes da investigação da principal suspeita de duas mortes por envenenamento; Advogada ameaçava ex-namorado e seus parentes desde julho deste ano
“Depois não adianta chorar pelo sangue deles”, escreveu Amanda em das mensagens anônimas que enviou ao ex-namorado // Foto: Internet

A advogada Amanda Partata, de 32 anos, está no centro de uma investigação policial pelo suposto crime de envenenamento que matou seu ex-sogro Leonardo Pereira Alves (58 anos) e a mãe dele, Luiza Tereza Alves (86 anos), na última segunda-feira, dia 18, conforme divulgado pelo Portal NG.

Em coletiva de imprensa realizada nesta manhã na sede da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, o delegado-adjunto da Delegacia de Investigação de Homicídios, Carlos Alfama, informou que Amanda Partata será indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe e por emprego de veneno. “Ela ficará detida em estabelecimento prisional por 30 dias preventivamente, prorrogáveis por mais 30 dias”, disse o delegado que reforçou que ela que Amanda será investigada por outros crimes que estão sendo denunciados após a divulgação de seu nome e imagem pela imprensa.

O que revela a investigação até o momento?

A investigação da Polícia Civil acompanhou os passos de Amanda desde a última quinta-feira (14/12), quando ela chegou da cidade de Itumbiara em Goiânia até o último domingo após sair da casa dos parentes do ex-namorado Leonardo Júnior, lugar que visitava com certa frequência desde o término do relacionamento em agosto deste ano.

De acordo com o delegado Carlos Alfama, na última segunda-feira (18/12), quando a polícia recebeu a notícia da morte de Leonardo e sua mãe inicialmente houve a suspeita de intoxicação ou infecção alimentar, o que o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) e a perícia da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) descartaram de imediato.

A partir disso, a linha de investigação se voltou para a hipótese de envenenamento. O delegado da DIH revelou que Amanda comprou e levou os alimentos do café da manhã servido às vítimas no domingo, ficou por volta de três horas na casa, presenciou as vítimas manifestarem os primeiros sintomas e depois partiu para Itumbiara. “Ainda não sabemos em qual alimento foi administrado o veneno, mas seguimos com a investigação dos fatos. Em respeito ao período de luto ainda não ouvimos Leonardo Júnior e o seu avô sobre o caso”, declarou.

A advogada mantinha mais de seis perfis falsos nas redes sociais e usava uma linha telefônica com aplicativo que mascarava o número original para fazer ameaças ao ex-namorado desde agosto deste ano. “Leonardo Júnior e seus parentes receberam ligações de mais de 100 números diferentes e também mensagens de textos com ameaças que eram da Amanda. Ela afirmou estar grávida, mas não apresentou nenhuma prova legítima. Ela chegou a fazer um chá revelação para a família. Ela forjava relacionamento afetivo com as vítimas. E ela foi recebida de braços abertos pela pela família no domingo naquela casa por esse motivo. A família, mesmo com o término do namoro, demonstrava apoiar a gravidez da moça”, revelou o delegado.

No interrogatório, Amanda recusou-se a fornecer acesso ao seu celular e a investigação também mostra que antes de ser presa ela tentou suicídio em um hospital onde foi atendida. “Amanda planejou matar qualquer um dos parentes do ex-namorado presentes na casa. Estamos investigando a autenticidade dos exames de gravidez apresentados por ela. Depois não adianta chorar pelo sangue deles, foi o que ela escreveu em das mensagens que a PC identificou entre as ameaças enviadas à família anteriormente”, destacou.

Sobre uma possível identificação da substância usada no envenenamento das vítimas, o perito criminal da SPTC, Olegário Augusto, falou sobre o que se tem de concreto até o momento. “O exame dos objetos coletados na cena do crime e o laudo cadavérico ainda não revelam quais substâncias podem ter sido usadas no envenenamento das vítimas. O envenenamento é considerado como causa provável, mas a substância exata ainda não foi identificada, levando a uma investigação mais ampla que inclui mais de 300 pesticidas”

Amanda também é investigada por supostos crimes fora de Goiás

A delegacia de Crimes Cibernéticos de Goiás já investigava Amanda desde o meio do ano. A Polícia Civil revela que ela tem registros criminais no interior de Goiás, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Pernambuco. Novas denúncias surgiram após sua identificação, incluindo a alegação de aliciamento de crianças e adolescentes para o uso de entorpecentes e práticas sexuais na sua presença no município de Itumbiara.

O delegado esclareceu que a doceria Mariana Perdomo foi injustamente envolvida no caso, não tendo qualquer ligação com os crimes. “Foi cometida uma injustiça muito grande com a doceria que não tem nenhum envolvimento com esse caso. Ela passou por investigações da PC e do Procon Goiás e constatamos que não há nenhuma irregularidade. A empresa é séria e idônea e agradecemos a colaboração plena com nossa investigação”.

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