Hoje é 24 de novembro de 2024 18:56

Após repercussão negativa, vereadores de Porto Alegre decidem revogar Dia do Patriota

Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República entrou com ação no Supremo Tribunal Federal para declarar a lei municipal inconstitucional, sustentando que a norma contraria o Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal
Segundo o presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, acordo para revogar a norma municipal foi proposto após a repercussão negativa da matéria // Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

A Câmara Municipal de Porto Alegre decidiu revogar a lei que instituiu 8 de janeiro como Dia do Patriota na capital gaúcha. A data se refere ao dia em que manifestantes golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Os líderes de bancadas chegaram a um acordo nesta segunda-feira (28/8) para aprovar o projeto de lei que pede a revogação da medida. Segundo o presidente da Câmara, vereador Hamilton Sossmeier (PTB), o acordo foi proposto após a repercussão negativa da matéria.

“Chegamos a um acordo, com a união dos vereadores, independentemente de partidos e questões ideológicas, para que a lei seja revogada o mais breve possível, através da aprovação do projeto de revogação já existente na Casa”, declarou.

A expectativa é de que a revogação seja aprovada até a próxima quarta-feira (30). Segundo a Câmara Municipal, o projeto de lei já foi protocolado pela vereadora Karen Santos (PSol). Ele será assinado coletivamente pelos vereadores e passará com maior celeridade pelas comissões, sendo aprovado em plenário.

A lei, promulgada no início do mês pela Câmara de Vereadores, instituiu o Dia Municipal do Patriota, a ser comemorado em 8 de janeiro. O projeto de lei que criou a data foi proposto pelo então vereador Alexandre Bobadra (PL), que teve o mandato cassado após ser condenado em processo por abuso de poder econômico pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul.

O projeto não foi votado no plenário da Câmara de Vereadores, mas passou em três comissões e depois seguiu para sanção do prefeito Sebastião Melo. Como o prefeito não se manifestou no prazo previsto nem para vetar nem para sancionar o projeto voltou à Câmara, que automaticamente o transformou em lei.

Na última sexta-feira (25), a Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para declarar a lei municipal inconstitucional, sustentando que a norma municipal contraria o Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal, além de ferir os princípios republicano e da moralidade. (Com informações da Agência Brasil)

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