A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) arquivou o processo administrativo disciplinar (PAD) que investigava a nomeação de Fred Rodrigues (PL), ex-deputado estadual e ex-candidato à Prefeitura de Goiânia, para um cargo comissionado de nível superior. Ele ocupou o posto em 2023 mesmo sem ter diploma universitário, o que era exigido à época para a função. A polêmica surgiu após ser revelado que Fred havia se declarado como formado em Direito em sua ficha cadastral na Casa. Nossa reportagem fez contato com Fred que até a publicação desta matéria não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto.
Durante o PAD, Fred Rodrigues alegou que não preencheu pessoalmente o formulário e responsabilizou sua assessoria pelo erro. Um dos assessores foi ouvido na investigação e confirmou ter sido o responsável pelo preenchimento, afirmando que se equivocou ao informar o grau de escolaridade. A comissão do PAD concluiu que não foi possível comprovar que Fred agiu com dolo ou teve a intenção de enganar a administração pública.
A diretoria-geral da Alego decidiu, com base nesse entendimento, pelo arquivamento do processo, alegando ausência de conduta funcional irregular. No parecer, a comissão destacou que o caso não traz elementos suficientes para caracterizar falta ética ou administrativa. Além disso, foi citada a decisão da Polícia Federal que arquivou apuração sobre eventual violação à legislação eleitoral relacionada ao caso.
Na época da nomeação, Fred Rodrigues ocupava a diretoria de promoção de mídias sociais da Assembleia, cargo que exigia, até então, formação superior. Após a repercussão do caso em outubro de 2024, a Alego modificou internamente os critérios de nomeação e retirou a exigência de diploma universitário para cargos diretivos. A mudança foi incorporada à defesa do ex-deputado como argumento de que ele não violou a regra vigente de forma consciente.
Fred Rodrigues foi um dos nomes na disputa da Prefeitura de Goiânia e o caso teve forte impacto político durante o período pré-eleitoral. O episódio gerou críticas quanto à transparência nas nomeações de cargos comissionados e motivou discussões sobre critérios técnicos na administração pública.
Mesmo com o arquivamento, a controvérsia expôs falhas no controle interno da Assembleia sobre as exigências formais para cargos de confiança, avaliaram à época adversários de Fred em entrevistas à imprensa. Com o encerramento do PAD, Fred Rodrigues se livra de eventuais sanções administrativas. A Alego informou que revisará suas normas internas para aperfeiçoar os procedimentos de nomeação e fiscalização.