A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3/6) que deixou o Brasil e vai pedir licença do mandato. Em entrevista à Rádio Auri Verde e em live no YouTube, ela afirmou que se baseará na Europa, onde tem cidadania, e destacou que busca tratamento médico.
“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias, eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, disse.
Zambelli citou o exemplo do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que também se licenciou após fugir para os Estados Unidos.
“Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo fez também”, alegou
A decisão ocorre 20 dias após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, em regime fechado, por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Ela também foi condenada a pagar R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
A defesa da parlamentar afirmou não saber para qual país ela viajou. Zambelli negou estar “abandonando” o Brasil: “Não é desistir da minha luta, pelo contrário, é resistir para poder continuar falando o que eu quero falar”.
Ela prometeu denunciar em “todas as Cortes” da Europa o que chama de “ditadura, falta de liberdade e censura” no Brasil, citando Portugal, Espanha, Itália e França.
Agora, mais do que nunca, vou poder denunciar os desmandos que a gente observa nesse país”, disse.
A deputada afirmou que sua mãe assumirá suas redes sociais para evitar perda de seguidores em caso de bloqueio judicial. Ela também criticou o STF, alegando que o Parlamento estaria “se abaixando” por medo de represálias.
Zambelli ainda enfrenta outro inquérito no STF por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, sem condenação. O julgamento foi interrompido em março após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Em maio, a Primeira Turma do STF determinou a perda automática de seu mandato, mas parlamentares avaliam que a decisão final cabe ao plenário da Câmara.