O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) afastou quatro de seus servidores sob suspeita de corrupção nesta quarta-feira, dia 13. O Serviço de Inteligência da autarquia revelou que esses funcionários são suspeitos de envolvimento em um esquema de cancelamento indevido de multas de trânsito. Até o momento, foi confirmada a anulação irregular de 300 multas, mas suspeita-se que o número real seja maior.
De acordo com informações divulgadas pelo órgão de trânsito, os servidores cobravam valores entre 30% e 40% do montante da multa ou uma taxa fixa de R$ 200 para efetuarem o cancelamento das autuações. Além de causar prejuízos aos cofres públicos, essa prática prejudicava indiretamente o trânsito, permitindo que infratores se esquivassem das penalidades, pontuações e possíveis suspensões de habilitação.
As investigações também apontam a possível participação de mais 12 pessoas, incluindo despachantes, no esquema ilícito. Os servidores foram retirados de suas funções operacionais, tiveram seus acessos suspensos e agora enfrentam um processo administrativo que poderá resultar em demissão. Um dos servidores já foi exonerado. A investigação foi encaminhada à Polícia Civil para uma apuração completa dos fatos.
“Não toleramos nenhuma conduta ilícita”, diz Delegado Waldir
O presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, destacou que o serviço de inteligência da autarquia está vigilante e atua em diversas frentes simultaneamente para prevenir e combater irregularidades. “Não toleramos nenhuma conduta ilícita, seja de quem for”, ressaltou. A autarquia está conduzindo uma auditoria nos processos internos para determinar a extensão das multas canceladas indevidamente.
Para prevenir futuras ocorrências, o presidente enfatizou que o Detran-GO implementou medidas preventivas. Todos os serviços sensíveis, incluindo cancelamentos de autos de infração e pontuações, agora requerem validação em mais de uma etapa, exigindo a anuência de múltiplos setores para sua conclusão.