Hoje é 17 de março de 2025 16:56

Em ato no Rio de Janeiro, Bolsonaro afirma que não fugirá do país

Acusado de diversos crimes por envolvimento nos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023, ex-presidente e aliados pediram anistia aos condenados
Ato de Bolsonaro reuniu lideranças de direita com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional a aprovar o projeto de lei que anista os condenados pelo ocorrido em 8 de janeiro // Fotos: Reprodução/internet

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu apoiadores na manhã deste domingo (16/3) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O encontro foi marcado pela defesa de anistia para os condenados por invadir e danificar os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro de 2023. Teve também ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ao governo do presidente Lula.

Os apoiadores ocuparam cerca de 300 metros da Avenida Atlântica, na altura do Posto 4, em Copacabana. Segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da ONG More in Common, a manifestação contou com aproximadamente 18 mil pessoas, com dados obtidos por meio de análises de fotos aéreas e inteligência artificial.

Bolsonaro, que enfrenta risco de condenação por tentativa de golpe de Estado, garantiu que não fugirá do país para evitar uma possível prisão determinada pelo STF.

Em seu discurso, ele rebateu as acusações e criticou os crimes que lhe são imputados, como organização criminosa armada e golpe de Estado.

“O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, afirmou.

Apesar de estar inelegível, Bolsonaro destacou que não possui “obsessão pelo poder”, mas sim “paixão pelo Brasil”.

Diante dos acontecimentos e dos desdobramentos no STF, ele chegou a admitir que pode optar por não disputar a próxima eleição presidencial: “Estamos deixando muitas pessoas capazes de me substituir”.

Em relação à acusação de envolvimento em tentativa de golpe, Bolsonaro lembrou que estava nos Estados Unidos na época, o que impossibilitaria sua participação em qualquer trama contra a posse de Lula, que venceu as eleições de 2022.

O ato reuniu lideranças de direita com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional a aprovar o projeto de lei que anista os condenados pelo ocorrido em 8 de janeiro. Para Bolsonaro, os responsáveis pela destruição dos prédios dos Três Poderes são inocentes.

Ele reforçou essa visão ao declarar:

“Eu jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham a intenção e nem poder para fazer aquilo que estão sendo acusadas”.

Naquele fatídico dia de 8 de janeiro de 2023, milhares de apoiadores romperam o cordão de isolamento na Esplanada dos Ministérios, causando danos significativos – quebraram janelas, destruíram cadeiras, computadores e obras de arte. A ação só foi interrompida com a chegada da Polícia Militar e do Exército, que restabeleceram a ordem.

Governador de SP defende anistia

No evento, organizado pelo pastor Silas Malafaia, os participantes demonstravam seu apreço pelo governo do ex-presidente. Camisas e adesivos estampados traziam um toque de nostalgia pelo período passado.

Entre os dizeres exibidos, destacavam-se: “a direita está viva”; “com saudades do meu ex”; “anistia para os patriotas”; “o Brasil é meu partido”. Além desses, também surgiam mensagens críticas ao governo atual e elogios a Donald Trump. Pouco depois do meio-dia, após a fala de Bolsonaro, os manifestantes começaram a se dispersar.

O ato contou com a presença de quatro governadores: Cláudio Castro (RJ), Jorginho Mello (SC), Mauro Mendes (MT) e Tarcísio de Freitas (SP).

Tarcísio defendeu a anistia, afirmando que é fundamental que o projeto seja debatido e aprovado no Congresso Nacional para garantir esse benefício.

“Pode ter certeza que nós vamos conseguir os votos”, pontuou, ao criticar o Governo Lula e defender o direito de Bolsonaro de concorrer à Presidência da República em 2026.

Para ele, é preciso superar a polarização e avançar para outras pautas:

“Para que a gente possa se dedicar aos temas nacionais, para que a gente possa discutir a longevidade, o envelhecimento da população, o financiamento do SUS. Tarcísio, ainda apontou que o grande problema do país é a inflação”. (Com informações da Agência Brasil)

Quer receber nossas notícias em seu whatsapp?

Compartilhar em:

Notícias em alta