O empresário Pedro Felipe Xavier Santos, investigado pela Polícia Civil por suspeita de ter dopado e levado um homem desacordado ao seu apartamento e estuprá-lo, foi solto em Goiânia após decisão da Justiça quase dez dias após sua prisão. A concessão de habeas corpus ocorreu após a defesa apresentar um vídeo que, segundo eles, contrariava a alegação de que a vítima estava inconsciente. O empresário afirma ser inocente, enquanto o caso segue em segredo de Justiça e será analisado pelo Ministério Público que irá definir se apresenta ou não denúncia contra o suspeito do suposto crime.
A juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães destacou que o vídeo mostra uma vítima aparentemente consciente durante os atos, questionando a acusação inicial de vulnerabilidade. Para a defesa, o registro comprova a inexistência de crime, mas o advogado da vítima, Rodrigo Lustosa, reafirma a gravidade do caso, considerando haver compromissos de autoria e materialidade do estupro.
Pedro Felipe foi solto na terça-feira (19), após quase dez dias preso. Ele recebeu apoio de familiares em sua declaração e declarou que a prisão foi injusta, ressaltando a necessidade de averiguar acusações desse tipo com rigor, mas também com atenção. “Foram os dias mais difíceis da minha vida. Sou inocente e acredito na Justiça”, afirmou.
Imagens de câmeras de segurança, divulgadas pela defesa, mostram os dois homens chegando juntos ao apartamento, trocando beijos e carícias no elevador. No entanto, a vítima parece desorientada ao deixar o local, o que ainda levanta questionamentos sobre o consentimento. O empresário, sem antecedentes criminosos, teve sua imagem divulgada pela polícia, mas até o momento, nenhuma outra denúncia surgiu.
O Ministério Público de Goiás analisa o caso para decidir se formaliza a acusação contra Pedro Felipe. O episódio, que gerou grande repercussão, reforça o debate sobre a presunção de inocência, a gravidade do crime de estupro e os cuidados na apuração de casos envolvendo possíveis vulnerabilidades.