Hoje é 12 de outubro de 2024 09:58

Explosão de casos leva Saúde a recomendar testes rápidos para diagnóstico de dengue

Uma nota técnica do Ministério da Saúde foi elaborada para orientar estados e municípios sobre o uso de testes rápidos para detecção da doença
O teste rápido recomendado pelo ministério deve ser realizado entre o 1º e 5º dia de sintomas, período em que a maioria dos pacientes busca um serviço de saúde // Foto: Reprodução

O Ministério da Saúde passou a recomendar a adoção de testes rápidos para diagnóstico e fechamento de casos de dengue. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, foi elaborada uma nota técnica para orientar estados e municípios sobre o uso de testes rápidos para dengue.

O teste rápido é feito a partir da coleta do sangue, que é colocado em um tubo, onde o material é homogeneizado e depois aplicado no dispositivo de teste. O resultado é detectado após 15 minutos.

“Já iniciamos a compra para distribuição [de kits para testes]”, disse Ethel, em entrevista coletiva.

A secretária lembrou que outros testes para diagnóstico de dengue, como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de covid-19, são mais sensíveis na detecção do vírus. Entretanto, em meio à explosão de casos de dengue no país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar teste rápido para o diagnóstico de dengue com a devida orientação aos profissionais de saúde das redes estaduais e municipais.

De acordo com a coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública, Marília Santini, o teste rápido recomendado pelo ministério deve ser realizado entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, período em que a maioria dos pacientes busca um serviço de saúde. Mesmo em casos de resultado negativo, o paciente deve ser monitorado e ações estratégicas, como a hiper-hidratação, devem ser adotadas, reforçou.

Ainda segundo Marília, para casos graves e mortes suspeitas por dengue, a orientação da pasta permanece sendo a realização de exame laboratorial, e não do teste rápido, uma vez que este tem limitações, como a incapacidade de rastrear o sorotipo de dengue que causou o agravamento do quadro ou o óbito do paciente.

Ministério avalia autorizar comércio de autotestes

Marília confirmou também tratativas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização de autotestes para dengue no Brasil. A informação foi antecipada pelo diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Tivemos duas reuniões com a Anvisa”, disse Marília, ao detalhar que o teste rápido e o autoteste são essencialmente o mesmo dispositivo, sendo o primeiro é conduzido por um profissional de saúde e o segundo, pelo próprio paciente.

Marília lembrou que, diferentemente do cenário de covid-19, em que o autoteste contribui para interromper a transmissão do vírus por meio do isolamento, o autoteste de dengue não contribui nesse aspecto, já que a doença só pode ser transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

“A gente ainda está iniciando uma discussão técnica”, informou. (Com informações da Agência Brasil)

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