A Fundação Banco de Olhos de Goiás suspendeu as cirurgias em Goiânia devido à falta de anestesistas, segundo informou o diretor administrativo-financeiro, Paulo Renato Manso, em comunicado à imprensa nesta quinta-feira (23/01). Cerca de 90% dos procedimentos dependem desses profissionais e a falta de pagamento está comprometendo os atendimentos. Ainda segundo o diretor, embora às urgências ainda sejam recebidas, casos que demandam anestesia estão sendo encaminhados para outras unidades de saúde, agravando a situação de pacientes que buscam tratamento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou ter realizado o pagamento de R$ 1,6 milhão à fundação referente a novembro de 2024. Apesar disso, a pasta explicou que pagamentos integrais aos prestadores de serviços só serão efetuados após o repasse de recursos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A fundação utilizou o valor recebido para quitar salários, plantões, serviços contratados e empréstimos pendentes, mas a ausência de anestesistas continua como principal entrave.
Segundo Paulo Renato, a crise foi agravada por mudanças nas negociações com a cooperativa de anestesistas. Em 2024, a Secretaria Municipal de Saúde determinou que os hospitais assumissem os custos desses profissionais, sem garantia de repasse financeiro. Isso gerou um aumento nos custos operacionais e contribuiu para o déficit enfrentado pela fundação no final do ano, comprometendo ainda mais a continuidade dos serviços.
Sem anestesistas, a fundação não tem previsão para o retorno das cirurgias. O diretor garantiu que a equipe está empenhada em buscar soluções para regularizar o atendimento. Negociações com os anestesistas estão em andamento, mas ainda não há definição de uma saída imediata. A situação tem gerado preocupações, sobretudo pelo impacto direto nos pacientes que dependem dos serviços da fundação.
A Fundação Banco de Olhos ressaltou que os maiores prejudicados pela paralisação são os pacientes. “Estamos trabalhando incansavelmente para encontrar uma solução. Nossa prioridade é retomar os atendimentos o quanto antes e minimizar os danos causados àqueles que confiam em nosso trabalho”, concluiu Manso.