A Receita Estadual de Goiás deflagrou, na manhã desta quinta-feira (28/11), a Operação Fora do Mapa, com o objetivo de combater fraudes fiscais no setor de ração animal. A ação identificou 73 empresas que simulavam ser fabricantes de alimentos para animais para obter benefícios fiscais, como redução ou isenção de ICMS, sem realizar as atividades declaradas. O esquema teria causado um prejuízo estimado em R$ 500 milhões ao Tesouro Estadual em 2024, enquanto as empresas envolvidas faturaram cerca de R$ 2 bilhões no período.
De acordo com a investigação, as empresas informavam falsamente, no momento do cadastro, que atuavam como indústrias de ração animal. Na prática, compravam cereais diretamente de produtores rurais e revendiam o produto sem qualquer processamento e sem pagar os tributos devidos.
Um dos casos mais graves foi de um negócio localizado em Goiânia, que apresentou faturamento de R$ 220 milhões em 2024, mas ocupava um espaço de apenas 200 metros quadrados e possuía uma única máquina de pequeno porte, fora de operação.
A superintendente de Fiscalização Regionalizada da Secretaria de Economia, Gabriela Vitorino, ressaltou os danos causados pela prática ao setor do agronegócio.
“Essas fraudes impactam diretamente o equilíbrio fiscal do Estado e prejudicam as empresas que atuam dentro da legalidade. A operação busca recuperar os valores devidos e coibir novos casos”, afirmou.
A Receita Estadual orienta os produtores rurais a negociarem apenas com empresas regulares, para evitar prejuízos ao mercado e ao Estado.
“É importante verificar se a empresa está devidamente registrada como fabricante de ração animal. Negociar com empresas fraudulentas desequilibra o mercado e prejudica toda a sociedade”, alertou Giovana Lima, auditora fiscal da Coordenação do Agronegócio.
A lista de empresas registradas pode ser consultada no site do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Além de recuperar o ICMS sonegado, a Receita Estadual aplicará multas aos responsáveis e encaminhará os casos para investigação criminal junto à Polícia Civil.
“Nosso objetivo também é desencorajar empresários de adotarem práticas semelhantes no futuro”, informa Montaigne Mariano, gerente de Fiscalização Integrada.
A Operação Fora do Mapa contará com novas etapas em 2025. A Receita Estadual pretende ampliar a fiscalização no segmento e encaminhar irregularidades ao Ministério Público e à Polícia Civil.
PC investiga influenciadores por importação ilegal de eletrônicos
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, nesta quinta-feira (28/11), uma operação em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas para investigar influenciadores digitais suspeitos de ensinar práticas de importação clandestina de eletrônicos. Segundo as autoridades, os investigados promoviam cursos e atuavam como coaches, orientando seguidores a sonegarem impostos. Estima-se que o esquema tenha causado um prejuízo anual de R$ 80 milhões aos cofres públicos.
De acordo com a investigação, os influenciadores se apresentavam como especialistas em importação e ensinavam métodos para evitar a fiscalização das autoridades. Além disso, eles exibiam uma vida de luxo nas redes sociais, incluindo viagens e carros importados, financiados com os lucros do esquema ilegal.
Os suspeitos são acusados de evasão de divisas, incitação ao crime, lavagem de dinheiro e descaminho.
Cerca de 300 policiais federais e 133 servidores da Receita Federal cumpriram 70 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Goiânia, Palmas, Manaus e Confresa. Em Goiânia, a ação ocorreu em lojas do Setor Campinas, onde foram apreendidos mais de R$ 119 mil em dinheiro.
Nas fases anteriores da operação, mercadorias avaliadas em R$ 10 milhões já haviam sido confiscadas. A Receita Federal também descobriu que o grupo usava criptomoedas para movimentar os valores e dificultar o rastreamento financeiro.
Operação prende envolvidos em sequestro e morte de dentista
A Polícia Civil de Goiás, em apoio à Polícia Civil do Pará, prendeu nesta quinta-feira (28/11) três suspeitos de envolvimento no sequestro, extorsão e assassinato de um dentista em Tucumã (PA). A ação, chamada Operação Missão Failed – Conexão TG, cumpriu mandados de prisão e busca em Goiânia e Goianira, para onde os investigados haviam fugido.
O crime aconteceu em 22 de outubro deste ano. A vítima teve sua residência invadida e foi agredida e ameaçada por seis homens, que o obrigaram a fornecer senhas de suas contas bancárias. Ele sofreu um prejuízo estimado em R$ 100 mil antes de ser assassinado a facadas.
O delegado Ernane Cazer afirma que os criminosos levaram o dentista para uma área de mata, onde ele tentou fugir, mas foi perseguido e morto.
“O dentista aproveitou o deslize de um desses participantes e conseguiu fugir entre a mata. Só que um deles foi atrás e golpeou o dentista várias vezes com uma faca, o que resultou na morte”, detalhou o delegado.
De acordo com a investigação, a fuga dos suspeitos para Goiás foi uma tentativa de escapar da Justiça, mas as forças policiais conseguiram localizá-los.
“A Polícia Civil daqui conseguiu localizar o endereço desses autores e cumprir com êxito as prisões”, disse o delegado Ernane Cazer.
PC prende 4 suspeitos de lavagem de dinheiro
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) realizou na manhã desta quarta-feira (27/11) a Operação Renorcrim, coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A ação investiga crimes de lavagem de dinheiro cometidos por uma organização criminosa.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão e quatro de busca e apreensão em Goiânia e Região Metropolitana, onde os policiais apreenderam veículos de luxo avaliados em R$ 1,5 milhão e outros bens ligados aos investigados.
De acordo com as investigações, o grupo utilizava empresas fictícias para atrair vítimas com promessas de empréstimos. Após conquistarem a confiança, os criminosos aplicavam golpes e extorquiam dinheiro das vítimas.
Essa foi a segunda fase da operação. Na primeira, realizada anteriormente, quatro pessoas já haviam sido presas. Em um dos casos, um dos suspeitos foi encontrado com cinco quilos de cocaína pura, 25 quilos de insumos químicos e equipamentos usados na produção de drogas, como prensas industriais.
A Polícia Civil destacou que as investigações continuam. O objetivo é identificar outros envolvidos no esquema e garantir que os responsáveis sejam punidos. Novas fases da operação não estão descartadas.
Empresários do setor de ouro teriam sonegado R$ 790 milhões
Três empresários de Goiânia, dois homens e uma mulher, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) e se tornaram réus na Justiça Federal por sonegarem cerca de R$ 790 milhões em impostos entre 2016 e 2018. Eles são sócios de uma empresa especializada no comércio atacadista de minerais e são acusados de não informar à Receita Federal movimentações financeiras realizadas no período.
A denúncia foi assinada pelo procurador regional da República, Célio Vieira da Silva, e aceita pelo juiz Omar Bellotti Ferreira, da 5ª Vara Federal de Goiás, no dia 18 de novembro.
“Há elementos que indicam se tratar de conduta criminal habitual e reiterada praticada pelos denunciados”, afirmou o juiz na decisão.
O MPF apontou que a empresa realizou pagamentos a pessoas físicas e jurídicas, além de outras transferências sem identificar os beneficiários, que não foram informadas à Receita Federal. Esses valores deveriam ter sido recolhidos como Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).
Segundo o procurador, a falta de documentação adequada por parte da empresa dificultou a fiscalização e a apuração das provas que comprovam as irregularidades nas operações financeiras.
A denúncia inclui planilhas elaboradas pela Receita Federal, que detalham os pagamentos não declarados, bem como movimentações bancárias associadas à empresa.
Os empresários foram denunciados por omissão de informações e declarações falsas ao fisco. Caso sejam condenados, podem enfrentar penas de dois a cinco anos de prisão, além de multas. O MPF também pediu o aumento da pena por entender que os crimes foram praticados de forma continuada.
Um dos investigados já havia sido alvo de denúncias relacionadas à compra ilegal de ouro extraído em terras indígenas Yanomami no ano passado. Essa reincidência reforça a acusação de que as práticas ilegais são parte de uma estratégia recorrente.