Hoje é 23 de novembro de 2024 00:00

Goiânia decreta situação de emergência devido ao aumento de casos de dengue

Medida deve ampliar ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, além de agilizar aquisição de insumos e materiais e contratação de serviços necessários
Secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, confirma que Goiânia entra no Nível 3 de Emergência: município teve crescimento da doença por quatro semanas seguidas e óbito confirmado // Foto: Jackson Rodrigues

O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, anunciou em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (12/3) que o município entrou em situação de emergência de saúde pública em decorrência do aumento significativo de casos de dengue. O documento oficial que confirma o Nível 3 de Emergência na Capital será publicado ainda nesta terça-feira, no Diário Oficial do Município.

A medida foi tomada devido ao fato de o município ter ultrapassado, no último mês, a média dos últimos cinco anos, registrando mais de cinco mil casos. Pollara explica que o crescimento da doença por quatro semanas seguidas caracteriza a epidemia, além do óbito que confirma a situação de emergência.

A capital já confirmou 5.724 casos de dengue, representando aumento de 52,7% em relação à edição anterior do Boletim Epidemiológico Arboviroses, que havia registrado 3.744 casos desde o início do ano. Além disso, Goiânia registrou um óbito confirmado e outros 10 em investigação.

“Esse anúncio de situação de emergência, além de ser para que a população realmente continue fazendo o que tem feito, é para nós um recurso, mais um recurso administrativo”, afirma Pollara

Questionado sobre a gravidade da situação, o secretário destaca que esse é um momento que requer maior empenho por parte de toda a população.

“Da parte administrativa, os processos referentes à epidemia da dengue serão tratados em regime de urgência e prioridade em todos os órgãos e entidades da administração municipal”, afirma.

Ele acrescenta que contratações temporárias poderão ser realizadas para evitar que o déficit atual do quadro de pessoal permanente afete a prestação dos serviços à população de Goiânia.

Em termos operacionais, Pollara confirmou a ampliação de ações preventivas e de combate ao vetor transmissor, o Aedes aegypti, destacando a aquisição pública de insumos e materiais, bem como a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação anormal, respeitando a legislação vigente.

“Recebemos recentemente outras oito mil armadilhas In Care, que já serão instaladas em regiões estratégicas”, informa.

A tecnologia das armadilhas consiste em um dispositivo feito de plástico durável, aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atrai as fêmeas do mosquito para depositar os ovos em um recipiente contendo larvicida e um fungo para contaminar os mosquitos durante a postura dos ovos. Ao voarem para fora da armadilha, os insetos espalham as substâncias em outros criadouros, resultando na eliminação dos mosquitos contaminados.

População deve aumentar vigilância contra o mosquito’

Pollara ressaltou também que a Secretaria Municipal de Saúde realiza visitas domiciliares constantes por parte dos Agentes de Combate a Endemias (ACEs) para orientar a população sobre as medidas para a prevenção das arboviroses urbanas, enfatizando que 75% dos focos do mosquito estão dentro do ambiente domiciliar, conforme dados do Ministério da Saúde (MS).

“Insistimos que a população realmente aumente a vigilância, aumente a pesquisa de locais em que possa estar havendo a proliferação do mosquito”, pontua.

“O combate à dengue deve ser um pacto social em que toda a sociedade se envolva, cada cidadão fazendo a sua parte para evitar a proliferação do Aedes aegypti”, frisa o secretário.

Outra medida destacada pelo secretário de Saúde foi a vacinação contra a dengue. Desde o dia 15 de fevereiro, foram aplicadas 9.896 doses de Qdenga em crianças de 10 a 14 anos na Capital. Distribuído pela farmacêutica japonesa Takeda, o imunizante teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Trata-se de uma vacina viva atenuada, composta pelos quatro sorotipos vivos do vírus da dengue (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4), que não protege contra chikungunya, zika e febre amarela.

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