A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigação Criminal de Anápolis, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, cumpre, nesta quinta-feira (9/5), mandados contra um grupo suspeito de aplicar golpes do falso leilão. Eles vendiam automóveis inexistentes e não os entregavam (tudo por meio de sites fakes).
Segundo o delegado Luiz Carlos Cruz, são mais de 50 crimes contra vítimas em Goiás. Na primeira fase da operação outras quatro pessoas já haviam sido presas.
“A investigação prossegue com objetivo de elucidar, de forma exaustiva e promover a responsabilização criminal de todos os envolvidos”, diz o policial.
Essa é a segunda fase da operação. Os mandados são cumpridos pelos policiais goianos na cidade de São Paulo, sendo sete mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além de 119 sequestros de valores em contas bancárias.
A Polícia Civil detalhou que o grupo é suspeito de praticar crimes de falso leilão imitando sites de empresas já consolidadas, causando prejuízo entre R$ 8 e 10 milhões nas vítimas em Goiás. O PORTAL NG não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos até a última atualização deste texto.
Até as 10h de quinta-feira, seis pessoas tinham sido presas.
A primeira fase da operação aconteceu no início de dezembro de 2023. Na ocasião, quatro pessoas foram presas e cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos após um trabalho de identificação feito pela Polícia Civil. Até aquele momento, pelo menos 30 pessoas em Goiás tinham sido vítimas dos golpes.
Como funciona o golpe do site falso de leilão
A polícia alerta para um sofisticado esquema de golpe que tem se proliferado na internet, envolvendo a criação de sites falsos de leilão de veículos. Segundo as autoridades, os criminosos elaboram esses sites clonando plataformas legítimas de leiloeiras ou se baseiam em sites de órgãos públicos como Detran, Tribunais de Justiça e Receita Federal.
Essas páginas falsas replicam fielmente as funcionalidades dos sites reais, oferecendo informações detalhadas sobre os “lotes” (veículos a serem leiloados) e promovendo “leilões” em tempo real, onde os usuários podem dar lances. Inclusive, são fornecidos números de atendimento ao cliente e informações de contato que, na verdade, são direcionados aos golpistas.
O chamariz para as possíveis vítimas é a oferta de veículos a preços muito abaixo do mercado. Para participar dos “leilões”, os usuários são solicitados a se cadastrar nos sites falsos, fornecendo dados pessoais completos, incluindo nome, número de documentos, endereço e até mesmo uma foto da CNH e uma selfie.
Ao participarem dos “leilões”, as vítimas são frequentemente anunciadas como vencedoras. Os golpistas então entram em contato por telefone ou mensagens, persuadindo-as a transferir o valor do “lote arrematado”. Recebem um documento falso de “termo de arremate” e informações do veículo, levando-os a acreditar que participaram de um leilão legítimo.
O pagamento é feito por transferência PIX ou TED para a conta de um beneficiário ligado ao golpe, podendo ser uma pessoa física ou jurídica. Este esquema tem prejudicado diversas vítimas, e as autoridades recomendam cautela ao participar de leilões online e verificar cuidadosamente a autenticidade dos sites antes de fornecer qualquer informação pessoal ou efetuar pagamentos.