A Polícia Civil de Goiás prendeu em flagrante, na tarde desta terça-feira (28/1), um homem de 42 anos acusado de maus-tratos, abandono material e exploração financeira contra sua própria mãe, uma idosa de 73 anos. A ação fez parte da XIV edição da Operação Desumanus, coordenada pela Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso (DEAI) – 1ª DRP.
O caso foi denunciado de forma anônima pelo disque-denúncia da DEAI. Segundo as informações repassadas à polícia, a idosa vivia em condições precárias há meses, com a saúde debilitada e sem acesso a cuidados básicos. Os filhos seriam os responsáveis pela situação, e o homem preso teria a maior participação no abandono.
“Esse é um dos casos mais intrigantes e mais revoltantes relacionados à situação de maus-tratos a pessoa idosa. O filho, residente no Setor Finsocial, de 42 anos, infringia sofrimento à idosa a ponto de torturá-la”, afirmou Alexandre Bruno, delegado responsável pelo caso.
Os policiais foram até a residência da vítima, localizada no Setor Finsocial, em Goiânia. Diante da falta de resposta ao chamado e dos relatos de vizinhos, a equipe precisou arrombar a porta para entrar. No interior da casa, encontraram a idosa deitada em uma cama, sem higiene pessoal e cercada por sujeira. O ambiente era insalubre, com forte odor, sem iluminação e ventilação adequadas.
O Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente e constatou a necessidade de atendimento médico urgente. A idosa, que estava em estado de inanição e sem acesso a alimentos há dias, foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região.
Após buscas, os policiais localizaram e prenderam o suspeito. Ele prestou depoimento na DEAI, mas tentou minimizar os fatos. “Foi frio em dizer que, para ele, aquilo era normal”, afirmou o delegado Alexandre Bruno.
O homem foi autuado por maus-tratos qualificados por lesões, abandono material e exploração financeira, crimes cujas penas somadas ultrapassam 12 anos de prisão. A Polícia Civil também identificou outro filho da vítima, que deverá ser ouvido nos próximos dias.
Alexandre Bruno destaca que a vítima estava em estado de desnutrição severa e sem acesso a água potável.
“A Polícia Civil recebeu a notícia-crime e, no mesmo dia, foi até o local, onde se deparou com a idosa em estado quase cadavérico. Magra, verdadeiramente pele e osso. Foi acionado o SAMU e o Corpo de Bombeiros, que compareceu ao local e levou essa idosa para uma internação imediata.”
Além dos maus-tratos e do abandono, o suspeito também explorava financeiramente a própria mãe. Segundo o delegado, o homem utilizava o cartão da idosa para benefício pessoal.
“O filho fazia uso do cartão de proventos da idosa para benefício próprio, deixando-a sem alimentação e sem atendimento médico”, explicou.
Operação apreende 700 cigarros eletrônicos em Rio Verde
Outra operação da Polícia Civil apreendeu 700 cigarros eletrônicos e prendeu cinco suspeitos pelo crime de comercialização de substâncias nocivas à saúde. A ação, realizada na última semana pelo 2º Distrito Policial de Rio Verde, atendeu a uma solicitação do Ministério Público de Goiás (MPGO) para intensificar a fiscalização desse tipo de comércio ilegal.
A promotora de Justiça Renata Dantas de Morais e Macedo, responsável pela 8ª Promotoria de Rio Verde e atuante na defesa da infância e juventude, explicou que o pedido de fiscalização ocorreu durante reuniões do Núcleo Regional Integrado de Análise Criminal e Inteligência, que reúne forças de segurança da cidade.
“Essa provocação foi feita diante da nossa preocupação com o grande número de adolescentes que estão fazendo uso do cigarro eletrônico, inclusive nas escolas”, afirmou a promotora.
A Polícia Civil recebeu diversas denúncias sobre o uso desses dispositivos por crianças e adolescentes. Durante as investigações, constatou-se que vários estabelecimentos comercializavam os produtos, que são popularmente conhecidos como “vapes”. Embora não tenha sido identificada a venda direta para menores, a comercialização dos cigarros eletrônicos é proibida no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com base nas apurações, a Polícia Civil solicitou ao Poder Judiciário autorização para realizar buscas em diversos comércios de Rio Verde. A operação contou com a participação de mais de 30 policiais civis e seis servidores da Vigilância Sanitária, que autuaram oito estabelecimentos, aplicando multas que chegaram a R$ 5 mil.
Os cinco detidos foram liberados após o pagamento de fiança. Para a promotora Renata Dantas, a ação foi fundamental para reduzir o acesso de crianças e adolescentes a esses dispositivos.
“A operação foi de suma importância no objetivo de proteger crianças e adolescentes, pois reduz as oportunidades de terem acesso a esse equipamento, cuja comercialização no Brasil é tipificada como crime”, concluiu Renata Dantas.