Ao final da cerimônia de anúncio do envio de mais de R$ 30 milhões em verbas suplementares do Governo Federal para aplicação na saúde da Prefeitura de Goiânia nesta sexta-feira (21/2), e após elogiar e reafirmar apoio ao prefeito Sandro Mabel (União Brasil), o senador da república Jorge Kajuru (PSB), falou a jornalistas entre outras coisas, sobre seu futuro político nas eleições de 2026.
“É muito cedo para se falar nisso, pois existe a PEC Kajuru no Senado Federal que deve ser votada até julho que propõe o fim da reeleição a partir de 2030 passando os mandatos de quatro para cinco anos para prefeitos, governadores e presidentes”, considerou ao atualizar o status da Proposta de Emenda à Constituição nº 12 de sua autoria, que tramita desde 2022 no parlamento e que atualmente está na Comissão de Constituição e Justiça.
Ao estilo Kajuru, ele ponderou sobre seu destino político no pleito do próximo ano, se sua PEC for votada e aprovada ainda neste ano no Senado Federal. “Se eu ver passar minha PEC 012 do Kajuru em que acabará com a reeleição, os outros poderão me dizer, uai Kajuru você pediu o fim da reeleição para todos os outros e para você não?”, alertou.
Para além da definição das regras para o jogo eleitoral do próximo pleito, Kajuru deu pistas do que pretende fazer e do que almeja caso o presidente Lula reverta a popularidade em declínio e consiga uma nova reeleição. “Então se ela passar eu terei que repensar a minha vida e trabalhar uma candidatura para deputado federal, pois o presidente Lula me quer em um ministério dele se ele for reeleito, o que eu aceitaria para fechar minha carreira como ministro seria uma forma gloriosa, mas é muito cedo para falarmos nisso”,
Mesmo reconhecendo que pode ser criticado por conseguir o fim da reeleição, defendido pelo saudoso ex-senador Maguito Vilela (MDB), Kajuru não descarta buscar um novo mandato como senador. “Único prazer que um senador tem é em salvar vidas ou salvar visões, o resto de viver em Brasília é frustrante por vários motivos, mas como estão fazendo comigo já um jogo sujo em que pesquisas que me colocam em terceiro lugar para reeleição, eles que tomem cuidado pois vão mexer com meu brio. E aí eu vou para uma reeleição e os venço como prometi e fiz em 2018, quando venci o Marconi Perillo”, relembrou.
Aliados no passado e adversários no futuro?
Jorge Kajuru foi eleito senador na chapa do governador Ronaldo Caiado nas eleições de 2018, o primeiro filiado ao PRP e o segundo ao DEM, na ocasião. Tinham em comum um adversário político, Marconi Perillo (PSDB), o legado de seus governos em duas décadas e a tentativa de não deixá-lo retornar ao Congresso Nacional como senador. A união foi oportuna e deu certo para os dois, mas Kajuru e Caiado foram se afastando ao longo do tempo após essa vitória.
No cenário atual, de um ano pré-eleitoral, Caiado (União Brasil) tem como seu vice-governador e pré-candidato a eleição, o seu então adversário de 2018 que terminou as eleições em segundo lugar, Daniel Vilela (MDB). E sua base governista ensaia as pré-candidaturas ao Senado Federal para Gracinha Caiado (UB) e Gustavo Mendanha (MDB).
Ao dizer que “Lula me quer em um ministério se ele for reeleito” Kajuru sinaliza que se for buscar uma reeleição estará em um possível front duplo de oposição ao seu então aliado Caiado considerando as disputas para o Senado Federal e a Presidência da República, uma vez que Caiado já tem data agendada para se lançar pré-candidato ao Palácio do Planalto, no dia 4 de abril, às 9 horas, no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia.
Outro sinal dado por Kajuru nesta entrevista se refere à reconsideração da disputa ao Senado Federal para buscar uma vaga na Câmara Federal, disputa menos dispendiosa nos aspectos políticos e econômicos, e que se apoiada pelo Governo Federal, poderá estar bem encaminhada para o jornalista. Qual será o destino final de Kajuru a partir de 2027? Ser um ministro ou ocupar as fileiras da oposição ou situação no Congresso Nacional?
