Hoje é 16 de setembro de 2024 16:09

Lojistas cobram apoio do estado para reerguer seus negócios em Porto Alegre

Campanha “compre de marcas gaúchas” incentiva que pessoas de todo o Brasil ajudem a reestabelecer comércio local
Lojistas cobram apoio do estado para reerguer seus negócios em Porto Alegre Foto: Agência Brasiil

Depois da enchente histórica que paralisou boa parte do comércio em Porto Alegre, as águas do Guaíba começam a recuar, e os empreendedores se assustam com a dimensão dos estragos deixados pela enchente. Mesmo sem energia elétrica, os trabalhadores voltam para seus estabelecimentos em um esforço de organizar e reestabelecer suas lojas.

Entretanto, muitos empreendedores notam as dificuldades em fazer isso. “Do jeito que está, vou levar a semana toda para poder organizar, limpar e montar a loja novamente”, disse Vespasiano de Menezes Neto, gerente de uma farmácia próxima ao Mercado Público da capital. No espaço ainda impregnado pela lama, a água chegou a subir 1,5 metros. Ele conta que tentou subir as prateleiras, mas a inundação inutilizou 70% das mercadorias, sem contar equipamentos de informática e mobiliários. “Se todo mundo tivesse feito a sua parte, isso não teria acontecido. Ninguém acreditava nessa imensidão de água, mas eles [poder público] tinham essa informação bem antes disso”, reclama.

Os lojistas comentam que esperam receber o apoio do poder público para se reerguer, pois a dimensão dos estragos foi muito grande. “A gente depende dele [poder público]. Se não der apoio, ferrou. Tira imposto, qualquer coisa assim. Não tenho nem ideia, tchê, do prejuízo que tive. A gente está começando a limpar, botei metade da loja na rua, depois a gente vai saber como ficou a coisa”, afirmou Paulo Roberto, proprietário de uma ótica na Avenida Otávio Rocha.

Vidraçaria Lajeadense obrigada a suspender parcialmente as suas operações. A região de Lageado foi uma das mais afetadas pela catástrofe. Foto: divulgação/FIERGS

Comércio no Rio Grande do Sul

Segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado (Fecomércio-RS), 46 cidades em estado de calamidade pública concentram 41,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul. Em adição a isso, as perdas das empresas gaúchas, sem a inclusão de MEIs, com relação a imóveis, estoque, maquinário e móveis podem chegar a R$ 10 bilhões.

De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), mais de 50 mil fábricas foram prejudicadas em maior ou menor grau, número que corresponde a mais de 86% do parque fabril de todo o estado.

Entre as medidas anunciadas pelo governo para auxiliar os trabalhadores, está a prorrogação dos prazos de vencimento dos tributos federais e das parcelas pagas pelos contribuintes dos municípios em estado de calamidade pública.

Os prazos de vencimento das parcelas dos programas de negociação de dívidas foram adiados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), assim como os atos de cobrança da dívida ativa da União, que foram suspensos por 90 dias. O pagamento de tributos apurados no Simples Nacional também foi prorrogado.

Além disso, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) flexibilizou o pagamento de tributos previsto no plano estadual, enquanto a prefeitura de Porto Alegre prorrogou o vencimento de tributos como o ISS, IPTU e TCL.

O movimento “compre de marcas gaúchas” está crescendo cada dia mais nas redes sociais. A ideia é apoiar os negócios da região para ajudar na reabertura desse mercado. Algumas dessas marcas são: Pirahy, Blue Ville, Santa Clara, Isabela, Orquídea, Piá e Aida Gasperin no ramo de alimentos. Quanto a bebidas, algumas das mais conhecidas são Fruki e Bamboo. Já em vestuário, calçados e acessórios se encontram Yamis, Dakota, Biamar, Ateliê Bodo e Chica Bolacha.

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