Hoje é 22 de novembro de 2024 14:53

Novas turbulências ameaçam projeto de reeleição de Rogério Cruz

Sem uma base política sólida que lhe garanta tranquilidade, prefeito de Goiânia terá de correr para melhorar a imagem de seu governo, ao mesmo tempo em que enfrenta problemas recorrentes na gestão
Rogério Cruz, prefeito de Goiânia: político começa último ano de mandato com velhos problemas que insistem em macular a imagem da gestão // Foto: NG

Visto com desconfiança no início do mandato, por ter assumido o cargo em decorrência do falecimento de Maguito Vilela, prefeito eleito, Rogério Cruz (Republicanos) nunca teve paz para administrar e, vira e mexe, sua gestão é sabotada. Fazendo concessões, aos trancos e barrancos conseguiu completar os três anos de Governo. Mas quando esperava decolar, justamente agora na entrada do último ano de mandato, eis que velhas e novas adversidades batem à porta do Paço Municipal e ameaçam abortar o plano de voo da reeleição.

Enquanto no plano político o prefeito continua com uma base de apoio suficiente para aprovar propostas até polêmicas na Câmara Municipal, quando se projeta o apoio político a médio e longo prazo, percebe-se fragilidade no apoio. A situação tende a complicar-se por se tratar de ano eleitoral, quando os partidos definirão com quem, de fato, estarão na corrida sucessória de outubro. A imagem do prefeito, aferida nas últimas pesquisas eleitorais, não é animadora.

Uma das apostas de Rogério Cruz para melhorar a imagem e consolidar um projeto eleitoral, o Grupo de Apoio ao Prefeito (GAP) patinou e, por fim, esvaziou-se com a saída do marqueteiro Jorcelino Braga. Presidente metropolitano do PRD, partido que nasceu da fusão do Patriota com o PTB, Braga avalia que o projeto de reeleição do atual gestor da capital “ficou muito difícil”, o que pode ser comprovado pelos baixos índices de aprovação do governo municipal.

Com quem politicamente o prefeito poderá contar no seu projeto eleitoral, se os mais próximos começam a abandonar o barco?

O MDB, base tranquila de apoio na Câmara, tende a ser um problema, já que o partido, verdadeiro detentor do mandato por ter eleito Maguito Vilela para a prefeitura, abandonou a gestão, apesar de a ala de vereadores ter ficado com o governo. Toda a costura política para conseguir apoios decisivos no projeto de reeleição deste ano, para Rogério Cruz, fica mais difícil com o baixo desempenho de sua gestão nas pesquisas de opinião pública.

Administrativamente, pode-se dizer que a gestão de Rogério Cruz não é ruim. Ele conseguiu manter o andamento da máquina pública com relativa competência, fez uma série de concessões aos servidores, como reajuste salarial de praticamente todas as categorias, além de instituir plano de cargos e salários para outras. Mas deixou a desejar em situações pontuais, como a limpeza urbana e o atraso na entrega de algumas obras, o que macula a imagem de seu governo. Está com muitas e importantes obras de infraestrutura em andamento, mas nem isso pode ser contabilizado como algo totalmente positivo, porque o eleitor goianiense pode desconfiar de muitas obras exatamente em período pré-eleitoral.

O projeto de reeleição de Cruz, que era visto há meses com ressalvas, agora parece muito improvável. Apesar do cenário indefinido no momento, eleição na Capital sempre mobiliza as maiores forças políticas do estado. Sem apoio decisivo de ao menos parte dessas forças, Rogério Cruz corre o risco de ver a reeleição escorrer pelas mãos.

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