O terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar na última sexta-feira (28/3) deixou 1,7 mil mortos e mais de 3,4 mil feridos, segundo o governo do país. Cerca de 300 pessoas ainda estão desaparecidas, e as equipes de resgate enfrentam grandes desafios para atender as vítimas. O desastre também impactou a Tailândia, onde o desabamento de um arranha-céu em construção causou pelo menos 18 mortes e deixou 76 pessoas soterradas.
Os hospitais em Mianmar estão sobrecarregados, enquanto equipes internacionais tentam chegar ao local para ajudar no resgate. O chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, alertou que o número de mortos pode continuar subindo e pediu apoio internacional.
“É necessário restaurar as rotas de transporte o mais rápido possível”, afirmou, destacando a urgência em reparar ferrovias e reabrir aeroportos para facilitar os resgates.
A situação é ainda mais crítica devido à guerra civil que assola Mianmar desde o golpe militar de 2021. Muitas regiões já sofriam com a falta de infraestrutura e serviços essenciais antes do terremoto, o que torna os esforços de socorro ainda mais desafiadores. A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho também alertou para a gravidade da situação.
“A destruição foi extensa e as necessidades humanitárias estão crescendo a cada hora.”
Na Tailândia, os trabalhos de resgate entraram no terceiro dia, com equipes utilizando drones e cães farejadores para localizar sobreviventes sob os escombros do prédio que desabou em Bangkok. As autoridades enfrentam um desafio complexo para acessar as vítimas, devido à instabilidade da estrutura.
“Neste momento, nossa equipe está tentando encontrar qualquer um que ainda possa estar vivo. Dentro das primeiras 72 horas, temos que tentar salvar aqueles que ainda estão vivos”, explicou Teerasak Thongmo, comandante da polícia tailandesa.
O impacto do terremoto pode ser ainda maior. De acordo com um modelo do Serviço Geológico dos EUA, o número de mortos em Mianmar pode ultrapassar 10 mil. Além disso, as perdas econômicas devem superar a capacidade financeira anual do país. Com a chegada de equipes de resgate da China, Tailândia, Singapura, Rússia e Índia, a esperança é de que os trabalhos avançem mais rápido.