Hoje é 27 de julho de 2024 04:01
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Odontóloga é presa por deformar rostos de pacientes em procedimentos estéticos ilegais

Investigação apura os crimes de exercício ilegal da profissão (art. 282, do Código Penal) e execução de serviço de alta periculosidade (art. 65 do Código de Defesa do Consumidor)
A análise do celular utilizado pela clínica revelou cerca de 10 casos de pacientes com rostos deformados após procedimentos com a odontóloga // Foto: Ascom PC-GO

Na manhã desta terça-feira (30), a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), realizou a prisão preventiva de uma odontóloga (que não teve o nome revelado pela PC) suspeita de causar deformações nos rostos de pacientes durante procedimentos estéticos. A ação policial incluiu quatro mandados de busca e apreensão em endereços relacionados à profissional nos municípios de Goiânia e Santa Bárbara de Goiás.

A investigação aponta que o instituto dirigido pela odontóloga, situado no Setor Oeste de Goiânia, estava envolvido em práticas ilegais, incluindo o exercício ilegal da profissão e a execução de serviços de alta periculosidade, violando o Código Penal e o Código de Defesa do Consumidor.

Os procedimentos realizados pelos dentistas, incluindo a odontóloga presa, são proibidos pelo Conselho Federal de Odontologia, conforme Resolução nº 230/2020. A divulgação dessas cirurgias plásticas ocorria nas redes sociais, com preços abaixo do mercado, atingindo um amplo público. A odontóloga, que conta com mais de 650 mil seguidores no Instagram, vendia abertamente os procedimentos e ainda ministrava cursos para outros profissionais sob sua “supervisão”.

Foto de uma das vítimas da dentista que atuava fora dos limites autorizados

Na primeira fase da operação, foram encontrados instrumentos cirúrgicos, anestésicos e medicamentos vencidos na clínica da profissional. Esses materiais foram apreendidos e descartados pela Vigilância Sanitária, que também autuou a dentista por infrações administrativas, incluindo inadequação do alvará sanitário.

A análise do celular utilizado pela clínica revelou inúmeros casos de pacientes com rostos deformados após procedimentos com a odontóloga e seus “alunos”. Mais de 10 vítimas prestaram depoimento, assim como ex-funcionários do instituto, confirmando a realização das cirurgias proibidas em ambiente inadequado, fora do ambiente hospitalar, colocando em grave risco a integridade física dos consumidores. Além disso, os relatos destacaram a postura da dentista, que não aceitava críticas e tratava os pacientes com descaso.

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