Uma operação conjunta da Polícia Civil de Goiás e da Vigilância Sanitária interditou, nesta sexta-feira (11/4), três clínicas de bronzeamento artificial que operavam ilegalmente em Goiânia. A operação “Bronze Mortal” visou reprimir o uso irregular de câmaras de bronzeamento artificial, que utilizam luz ultravioleta que podem causar câncer de pele, envelhecimento precoce e danos oculares.
Durante a operação, foram detidas quatro pessoas: um marceneiro, duas blogueiras donas de espaços de estética que anunciavam cursos de bronzeamento e o proprietário de uma clínica de luxo no Setor Bueno. Com o marceneiro, responsável por produzir as máquinas, foram apreendidos oito aparelhos e 170 lâmpadas provenientes da Alemanha e dos Estados Unidos.
Em uma das clínicas, localizada no Setor Bueno, foram encontrados produtos estéticos vencidos, sem identificação e contaminados por fungos. No total, foram apreendidas e interditadas mais de 15 máquinas de bronzeamento artificial, além de produtos de estética vencidos que foram encontrados na clínica do Setor Bueno
“As máquinas utilizavam lâmpadas ultravioletas de origem alemã, cuja exposição oferece riscos comprovados de câncer de pele e outras lesões dermatológicas graves”, afirma o delegado Humberto Teófilo, plantonista da Central Geral de Flagrantes de Goiânia e responsável pela operação.
Uso de equipamentos é proibido pela Anvisa
As investigações tiveram início após a denúncia de uma cliente que sofreu queimaduras graves durante uma sessão de bronzeamento. A partir disso, os agentes descobriram uma fábrica clandestina de câmaras de bronzeamento que abastecia diversas clínicas da capital.
“São equipamentos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A prática do bronzeamento artificial é vedada no Brasil desde 2009, exceto em casos médicos específicos e devidamente regulamentados”, explica o delegado.
De acordo com Teófilo, os envolvidos serão indiciados por diversos crimes, incluindo publicidade enganosa, perigo à vida ou à saúde e indução ao erro do consumidor, conforme previsto na Lei nº 8.137/90.

Os responsáveis pela clínica localizada no Setor Bueno apresentaram decisões judiciais supostamente favoráveis à atividade, mas, segundo Teófilo, os documentos eram usados “para ludibriar a fiscalização”.
A operação segue em andamento e outras clínicas podem ser alvo de futuras ações. Todas as unidades interditadas receberam selos de embargo e os equipamentos apreendidos serão destruídos.
A Polícia Civil orienta que consumidores que tenham sofrido queimaduras ou qualquer outro tipo de dano durante sessões de bronzeamento artificial procurem uma delegacia para registrar boletim de ocorrência e buscar reparação judicial.