Três influenciadoras foram alvo, nesta quinta-feira (6/12), de mandados de busca e apreensão por parte da Polícia Civil de Goiás em investigação de crimes de estelionato, exploração de jogos de azar e lavagem de capitais em Luziânia, na Região do Entorno do Distrito Federal. Os mandados foram cumpridos contra Carol de Souza, em São José dos Campos (SP), Aline Reis, em Cristalina e Tawane Alexandra, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Elas atuavam na região de Luziânia, mas duas estavam fora da cidade.
A Polícia Civil informou as influenciadoras usavam da presença digital para “enganar seguidores e participar de atividades de jogos de azar ilegais, além de se envolverem em práticas de lavagem de dinheiro para ocultar a origem ilícita dos recursos”. Ainda segundo a polícia, os crimes investigados afetam a integridade financeira e emocional dos cidadãos.
“Hoje sabe-se que essa plataforma de jogos de apostas é falsa, é para incentivar as pessoas a se cadastrarem nas plataformas que elas possuem e, a partir de cada cadastro, elas recebem um ganho. Ficou bastante evidente que essas influencers conseguiram amealhar valores para aquisição de carros de alto valor, frequentando lojas de luxo, tudo isso a custo de apostas, de exploração do vício das pessoas nessas apostas”, explica o delegado Rony Loureiro, responsável pela operação.
Segundo o delegado, após as investigações, ficou evidente que elas praticavam estelionato, exploração de jogos de azar e provável lavagem de capitais, tendo em vista os ganhos, a ostentação nas redes sociais de uma vida de luxo. Ele informou, ainda, que elas podem ser investigadas também por organização criminosa.
“Eram carros importados, eram viagens ao exterior, aquisições de imóveis. Tudo isso chamou a atenção da polícia e evidenciou que elas estavam absolutamente envolvidas, incitando e incentivando pessoas com simulações de jogos de ganhos, como o ‘jogo do tigrinho’, em que os ganhos eram expressivos”, acrescenta o delegado.
Investigada recebia Bolsa Família
A Polícia Civil descobriu também que, apesar da ostentação nas redes sociais, uma das influenciadoras estava cadastrada como beneficiária do Bolsa Família e outros programas sociais destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade.
“A Aline Reis recebia até agora, no mês de abril, o Bolsa Família”, informou o delegado.
De acordo com a polícia, a influenciadora de São José dos Campos (SP) teve seus bens bloqueados no limite de R$ 7,7 milhões, a de Cristalina, no limite de R$ 600 mil, e de Luziânia, o bloqueio foi até o limite de R$ 800 mil. As investigações continuam com objetivo de identificar outros envolvidos e qual é o tamanho do prejuízo causado.
As ordens de busca e apreensão, bem como os bloqueios de bens, foram autorizadas pela Vara de Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais de Goiânia.