A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon), deflagrou nesta terça-feira (13/5) a “Operação Pix Agiota”. Quatro mandados de prisão temporária foram cumpridos, além de oito mandados de busca e apreensão em Goiânia e Porto Alegre/RS.
As investigações, que duraram cerca de um ano, revelaram que os envolvidos no esquema usavam empresas fictícias registradas em nome de laranjas, com endereços falsos, todas ligadas ao ramo de cursos preparatórios. Essas empresas tinham vida útil curta geralmente poucos meses e eram utilizadas apenas para movimentar grandes volumes de dinheiro.

A investigação apontou que R$ 240 milhões foram movimentados por meio de oito empresas de fachada. Os CNPJs ficavam ativos por poucos meses, apenas para movimentar altos valores – cerca de R$ 2,5 milhões por mês em cada empresa.
“Chamou atenção o fato de uma das firmas, em nome de laranjas, ter faturado R$ 180 mil em um único dia oferecendo supostos cursos preparatórios”, informou a polícia.
As investigações apontam que as empresas facilitavam a compra de maquininhas de cartão, que depois eram distribuídas a terceiros para a prática de “agiotagem eletrônica”, por meio de empréstimos no cartão de crédito com taxas abusivas. Essa prática, de acordo com a polícia, configura crime contra a economia popular.
O inquérito policial segue com a oitiva dos envolvidos e análise das apreensões. Ao final, os suspeitos podem responder por associação criminosa, falsidade documental, usura pecuniária e lavagem de dinheiro.
Operação cumpre 36 mandados contra investigados por sextorsão
Também nesta terça-feira (13/5) a Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC), deflagrou uma operação contra crimes cibernéticos. Quatro cidades do Rio Grande do Sul foram alvo das ações. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de prisão temporária, 12 mandados de busca e apreensão e aplicadas 12 medidas cautelares diversas.
Houve ainda o sequestro de bens no valor de R$ 116 mil em Porto Alegre, Guaíba, Viamão e São Jerônimo. A investigação começou após o registro de ocorrência feito pela vítima em Goiás. Os relatos apontaram para a prática de um golpe pela internet.

Os criminosos criavam perfis falsos em redes sociais com fotos íntimas de mulheres. Em seguida, pediam imagens privadas às vítimas. Depois da troca, iniciava-se a extorsão, com a ameaça de divulgação do conteúdo.
Os criminosos também diziam que as vítimas estavam cometendo crime previsto no Estatuto da Criança e Adolescente.
Os infratores ainda fingiam ser o pai da suposta adolescente ou um delegado. Exigiam dinheiro para não “efetuarem a prisão” de quem conversava com a menor. A ação criminosa contava com ajuda de várias pessoas, todas residentes no Rio Grande do Sul, embora que as vítimas fossem de Goiás.
A apuração durou meses e reuniu provas que apontam associação criminosa e extorsão. O inquérito segue em andamento. Os envolvidos devem responder pelos crimes identificados.