A pesquisa Conservação, Melhoramento e Cultivo do Pequizeiro, desenvolvida pela Emater Goiás em parceria com a Embrapa Cerrados, conquistou o 22º Troféu Seriema, na categoria Biodiversidade. Este prêmio, promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea-GO), é um dos mais importantes reconhecimentos na área de sustentabilidade no Brasil. Essa é a quarta vez que a Emater Goiás recebe o Troféu Seriema e a segunda vez na categoria Biodiversidade.
Os pesquisadores Elainy Botelho, da Emater Goiás, e Ailton Pereira, da Embrapa Cerrados, receberam o prêmio em nome do presidente da Emater, Rafael Gouveia.
“Estamos muito felizes com esse reconhecimento, que valoriza o trabalho realizado ao longo de mais de 25 anos com o pequi, um fruto que é um verdadeiro símbolo do nosso estado. Nossos pesquisadores dedicam suas vidas à preservação e ao estudo do pequi, tão importante para os goianos”, declarou Rafael Gouveia.
Ailton Pereira, da Embrapa Cerrados, ressaltou a importância do prêmio como um reconhecimento do esforço contínuo para desenvolver as melhores formas de cultivo do pequi.
“Este prêmio é fruto de um trabalho conjunto entre a Emater e a Embrapa, buscando explorar ao máximo o potencial do pequizeiro e garantir um manejo sustentável para esse recurso natural tão importante”, completou Pereira.
Conhecido como o “Oscar da Sustentabilidade”, o Troféu Seriema é concedido a profissionais e instituições que contribuem para a preservação ambiental, aliando práticas sustentáveis com o desenvolvimento econômico e a justiça social. Além do Troféu, os pesquisadores premiados receberam certificados de reconhecimento pelo seu trabalho.
A pesquisa premiada tem como foco o melhoramento do pequi, com destaque para o desenvolvimento de variedades sem espinhos. O estudo começou a partir de uma demanda dos produtores goianos por árvores de pequi mais produtivas e com frutos de melhor qualidade. Durante a pesquisa, foi descoberta uma variedade de pequi sem espinhos na natureza, que se tornou o ponto de partida para as ações de clonagem.
Sob a coordenação dos pesquisadores Elainy Botelho e Ailton Pereira, 20 pés de pequi foram transportados para a sede da Emater em Goiânia, onde passaram por avaliações e multiplicação. Ao longo dos anos, essa pesquisa resultou no maior banco de germoplasma de pequi do mundo, com mais de 1.600 árvores clonadas. O banco reúne diversas variedades de pequi de diferentes regiões de Goiás e de outros estados, sendo mantido por meio de técnicas de enxertia e clonagem. As plantas estão distribuídas em unidades de pesquisa da Emater em Goiânia, Anápolis, Porangatu e Araçu.
O estudo também levou ao lançamento de novas cultivares de pequi. Em 2022, foram lançadas seis novas variedades, sendo três sem espinhos (GOBRS 101, GOBRS 102 e GOBRS 103) e três com espinhos (GOBRS 201, GOBRS 202 e GOBRS 203). Essas novas cultivares têm registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e têm grande potencial para aumentar a rentabilidade e melhorar a qualidade do pequi produzido no estado de Goiás.