Hoje é 27 de julho de 2024 01:15
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PF prende 3 empresários e cumpre mandados contra financiadores do 8 de janeiro

Entre os alvos presos estão os empresários Joveci Andrade e Adauto de Mesquita, sócios do grupo Melhor Atacadista, que possui várias lojas em Brasília e em municípios goianos do Entorno do DF
Nova fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada pela pela Polícia Federal: “Fatos investigados constituem, em tese, crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa” // Foto: Divulgação

Na 25ª etapa da Operação Lesa Pátria, realizada nesta quinta-feira (29/2) pela Polícia Federal, três empresários foram detidos. O propósito é identificar os responsáveis por financiar e promover os eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

Os alvos incluem Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, sócios do grupo Melhor Atacadista, que possui várias lojas em Brasília e em municípios goianos do Entorno do Distrito Federal. Além do empresário Diogo Arthur Galvão, de 36 anos, de Campinas/SP, identificado como proprietário de uma empresa de comércio varejista de madeiras e artefatos.

Em comunicado, a defesa dos empresários Joveci e Adauto afirmou não ter tido acesso à decisão emitida pelo STF.

“Ressalta-se que, desde o início, houve esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será mantido perante o Supremo Tribunal Federal”, diz trecho de nota da defesa.

“A realização de apurações pelo Estado é considerada válida, e os investigados veem agora a oportunidade de elucidar completamente as questões em aberto”, destacou a nota.

“Eles reiteram seu compromisso com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às Instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase na sua instância máxima, o Supremo Tribunal Federal”, diz outro trecho.

“O grupo do qual Joveci e Adauto são acionistas reitera que é contra o vandalismo e a intolerância política e acredita que a democracia é feita com pensamentos diferentes, mas jamais com violência. A diretoria do grupo respeita as Instituições brasileiras, a democracia e o Estado de Direito.”, concluiu a nota.

Estão sendo cumpridos 34 mandados judiciais, sendo 24 de busca e apreensão, três de prisão preventiva e sete de monitoramento eletrônico – todos expedidos pelo STF. As ações ocorrem no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Tocantins, no Paraná, em Mato Grosso do Sul, São Paulo, no Espírito Santo e Distrito Federal.

Ainda de acordo com a PF, foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. A estimativa é que os danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.

“Os fatos investigados constituem, em tese, crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, destacou a corporação.

Na cidade de Campinas, em São Paulo, o empresário Diogo Arthur Galvão foi preso preventivamente pela PF num imóvel do bairro de Cambuí, também investigado na Operação Lesa Pátria por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023.

A PF tem vídeos onde ele faz convocação para os atos de 8 de janeiro. Também há gravações onde realiza transmissão ao vivo da manifestação em Brasília, incluindo fotografias pessoais dentro dos prédios invadidos. Sua defesa ainda não foi localizada.

Não é a primeira vez que Galvão é preso na Operação Lesa Pátria por envolvimento nos atos antidemocráticos. Em setembro do ano passado foi um dos três brasileiros presos no Paraguai e trazidos de volta ao Brasil.

Adauto Mesquita e Joveci Andrade – (Foto: Reprodução/Redes/Silvio Abdon/CLDF)

Empresário admitiu estar presente no 8 de janeiro

Ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Joveci Xavier de Andrade negou ter participado dos atos de 8 de janeiro em Brasília, mas admitiu ter estado no local no momento em que as invasões aconteceram.

Em seu depoimento, o empresário disse não ter patrocinado alimentação, trio elétrico, outdoors ou faixas de protesto utilizadas nos atos.

“Não tenho conhecimento de como eles se sustentavam. Minha empresa não compactua. Lá, só sai mercadoria paga”, afirmou.

Questionado sobre possíveis ações do seu sócio, disse: “Não posso responder por meu sócio, Adauto, enquanto pessoa física”.

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