O governador Ronaldo Caiado reforçou que “não vai ter invasão” de terras em Goiás. A fala se refere ao Abril Vermelho, ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que, desde a noite de domingo (14/04), realiza ocupações em todo o país.
“Estamos com força de segurança e inteligência, vamos bloquear ônibus que estão indo para invasão”, informou o governador ao jornal O Globo.
Caiado disse ainda que o Comando de Operações do Cerrado monitora a situação em território goiano. Na segunda-feira (15/04), cerca de 250 integrantes do MST tentaram ocupar parte da Usina CBB, localizada em Vila Boa de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. No entanto, a Polícia Militar já havia sido informada sobre a ação e agiu antes que o movimento se consolidasse.
Após negociação o grupo deixou a área pacificamente. A operação em Vila Boa de Goiás ocorreu sem uso de força, segundo o Governo estadual. Cinco integrantes, apontados como líderes da tentativa, foram encaminhados para a Delegacia Regional de Polícia Civil (11ª DRPC) e autuados por esbulho possessório (ação para tomar posse de um bem de forma ilegal), ameaça e danos.
Segundo o MST, cerca de mil famílias do MST do Distrito Federal e Entorno ocuparam na madrugada do dia 15 de abril a área falida de 8 mil hectares da Usina da Companhia Bioenergética Brasileira (CBB), que deve mais de R$ 300 milhões, compostas por inúmeras dívidas tributárias, trabalhistas, embargos e multas ambientais. A ação compõe a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, com o lema “Ocupar para o Brasil Alimentar!”.
Além da ocupação à Usina CBB, aproximadamente 400 famílias do MST ocuparam nesta segunda-feira (15/4) a propriedade Sítio Novo, localizada em Itaberaí, na região centro-oeste do estado. O MST relatou que este acampamento foi nomeado carinhosamente como Dona Lindu, em honra à mãe do presidente Lula.
“Minha tropa de choque está na região; já realizamos um bloqueio de um ônibus. Estamos mobilizados com forças de segurança e inteligência para interceptar os ônibus que se dirigem às invasões. Se eles chegarem lá, serão encaminhados à delegacia para registro de ocorrência”, afirmou o governador. Após acordo com o proprietário da área, segundo o Governo de Goiás, o terreno foi desocupado.