Hoje é 8 de junho de 2025 20:01

Polícia Civil desarticula quadrilha que aplicava golpes com boletos bancários

Em outras ocorrências, garotas de programa alegam que morte de cliente ocorreu durante briga por pagamento, e donos de clínica que deformou pacientes estariam envolvidos em venda ilegal de medicamentos
Operação Código de Barras prende seis suspeitos em Goiás de integrar organização criminosa que causou prejuízo superior a R$ 1 milhão às vítimas em golpes com boletos bancários falsos // Foto: PCGO

A Polícia Civil de Goiás cumpriu, nesta terça-feira (21/1), seis mandados de prisão preventiva e 26 de busca e apreensão em uma investigação contra uma organização criminosa especializada em aplicar golpes com boletos bancários fraudulentos. Conforme foi apurado, os suspeitos teriam causado um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão.

De acordo com os investigadores, a célula central do grupo estava localizada em Goiânia, mas eles operavam de forma articulada, fazendo vítimas em todo o país. Eles utilizavam tecnologia avançada e estratégias sofisticadas de engenharia social para falsificar boletos.

A organização supostamente conta com uma ampla rede de cúmplices, que emprestavam contas bancárias para o recebimento dos valores obtidos ilegalmente. Além disso, eles teriam uma estrutura dedicada a dificultar o rastreamento dos recursos desviados.

A investigação começou em fevereiro de 2024, após um golpe realizado nos dias 29 de fevereiro e 1º de março. Nesse período, a organização fraudou um funcionário de uma lotérica, que efetuou pagamentos indevidos superiores a R$ 500 mil. Desde então, os esforços investigativos se concentraram em identificar os integrantes da quadrilha, desmantelar sua estrutura e rastrear os valores desviados.

Durante a operação, além das prisões, foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e outros materiais relevantes para a investigação em residências de pessoas suspeitas de emprestarem as contas bancárias para o grupo. Esses itens serão analisados para identificar outros membros do grupo e rastrear os valores desviados.

A chamada Operação Código de Barras mobilizou mais de 100 policiais civis em Goiânia, Iporá, Trindade, Itaguaru e Israelândia. A ação foi coordenada pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), em parceria com a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, através do Setor de Investigações Gerais da Delegacia Regional de Dourados, no intuito de cumprir os 32 mandados expedidos pelo Poder Judiciário da Comarca de Dourados (MS). As investigações continuam, e a polícia espera que as provas recolhidas contribuam para identificar outros participantes do esquema e responsabilizar todos os envolvidos.

Garotas de programa matam homem em motel em Goiânia

Três garotas de programa foram presas suspeitas de matarem um cliente em um motel localizado no Jardim Europa, em Goiânia, no último domingo (19/1). Segundo a Polícia Civil, o crime ocorreu depois que a vítima, um homem que não teve sua identidade divulgada, afirmou que pagaria apenas metade do valor combinado pelo encontro.

De acordo com o depoimento de uma das suspeitas, o acordo inicial era que cada uma das três receberia R$ 100, mas, ao final do serviço, o homem ofereceu apenas metade do valor. Isso teria provocado uma discussão que culminou em uma luta física entre os quatro.

Uma das suspeitas relatou que conheceu o homem em uma distribuidora de bebidas, onde foi contratada. Já no motel, o homem pediu que ela chamasse outras duas amigas para se juntarem ao encontro. Após o serviço, quando o cliente disse que pagaria apenas metade, uma das mulheres teria o xingado.

Conforme depoimento, o homem reagiu e usou uma faca de serrinha para machucar o braço de uma das garotas, iniciando uma briga corporal. Durante a confusão, ele quebrou uma porta de vidro do quarto.

À polícia, uma das envolvidas admitiu ter dado um soco no rosto da vítima, causando sangramento, enquanto outra aplicou um “mata-leão” até ele desmaiar. Em seguida, as mulheres o amarraram e acionaram a polícia.

As suspeitas alegaram que não tinham intenção de matar o cliente, mas apenas imobilizá-lo e receber o dinheiro acordado. No entanto, perceberam que ele ficou roxo durante a imobilização. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas a morte do homem foi confirmada no local.

Uma das suspeitas confessou o crime durante o interrogatório, enquanto as outras duas optaram por permanecer em silêncio. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Polícia aprofunda investigação contra donos de clínica de estética

Os influenciadores Karine Gouveia e Paulo César Dias, são suspeitos de revender medicamentos adquiridos com receitas falsas. Segundo o delegado Daniel Oliveira, o casal gerenciava distribuidoras que armazenavam e revendiam os medicamentos de forma irregular, além de usá-los na própria clínica.

As receitas eram supostamente falsificadas por funcionários, com uma responsável técnica admitindo assinar mais de 100 em um dia. Mais de 70 vítimas denunciaram sequelas físicas e psicológicas graves, como o empresário Marcelo Santos, que sofreu complicações após uma cirurgia de nariz, e a psicóloga Vânia Ribeiro, que teve óleo industrial aplicado em seu rosto em vez de ácido hialurônico em um procedimento de harmonização facial.

A polícia identificou 18 irregularidades e práticas inadequadas, como bisturis cegos, falta de esterilização e profissionais sem qualificação realizando até oito cirurgias diárias. As clínicas cobravam valores muito baixos, como R$ 5 mil por cirurgias de nariz, enquanto o mercado cobra em média R$ 30 mil.

As unidades, em Goiânia e Anápolis, foram fechadas em dezembro de 2024, e bens do casal, incluindo R$ 2,5 milhões e um helicóptero de R$ 8 milhões, foram bloqueados. Eles foram presos em 18 de dezembro e, na última sexta-feira (17/1), a Justiça de Goiás prorrogou a prisão por mais 30 dias. Outros sete funcionários também foram presos.

A defesa do casal negou as acusações, criticou vazamentos seletivos e afirmou que as denúncias carecem de comprovação. Alegou que as prisões temporárias são usadas como forma de coação. As investigações seguem em andamento para apurar os crimes.

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