Hoje é 26 de julho de 2024 21:55
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Polícia Civil indicia mulher que se passava por doente de câncer para aplicar golpes

Hospital Araújo Jorge informou que ela nunca foi paciente da unidade e que funcionários a viram várias vezes no local tirando fotos em uma maca no Setor de Quimioterapia e usando cartão de identificação interno do hospital em nome de terceiros

A Polícia Civil indiciou a mulher de 27 anos que se passava por doente de câncer para aplicar golpes. Segundo a investigação do delegado Fernando Gontijo, Camilla Maria Barbosa enganou ex-namorados e ex-sogras, que, inclusive, fizeram as maiores doações para as campanhas dela. O caso aconteceu em Morrinhos, no sul de Goiás.

Para comover as pessoas e conseguir dinheiro, Camilla Barbosa gravou vídeos raspando o próprio cabelo. O material era usado para fazer campanhas e rifas com o argumento de que o valor seria para pagar o suposto tratamento oncológico.

“Algumas vítimas compareceram à delegacia e registraram ocorrência, geralmente pessoas próximas a ela, como ex-namorados e ex-sogras, e que tiveram maior contato com a autora e realizaram doações de maior valor”, explica o delegado Fernando Gontijo.

Camilla Barbosa usou o Hospital Araújo Jorge, que é referência em tratamento contra câncer no estado, e fica em Goiânia, para fazer fotos e vídeos deitada em macas da sessão de quimioterapia. 

Por meio de nota, a unidade disse que ela nunca foi paciente e que foi retirada do local em algumas ocasiões ao ser flagrada sem autorização.

Em depoimento, Camilla Barbosa disse que tinha câncer de mama, mas não apresentou nenhum exame ou relatório médico que comprovasse a doença. O advogado de defesa disse que não irá se pronunciar sobre o caso.

Em depoimento Camilla disse que começou tratamento no Hospital Araújo Jorge

À polícia, Camilla disse ainda que teve câncer há alguns anos e que foi curada. Mas depois descobriu que a doença voltou após fazer exames de dengue, e que já estava com metástase no intestino e no pulmão.

Ela também afirmou que começou o tratamento no Hospital Araújo Jorge, onde disse ter feito sete sessões de quimioterapia, mas que meses depois, a unidade médica perdeu o prontuário dela e encerrou o tratamento.

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa de Camilla, agentes da PC encontraram diversos documentos e exames, que foram apreendidos. O delegado afirmou que em nenhum dos exames foi possível constatar que Camilla tem câncer.

Hospital nega que Camilla foi paciente

Em documento direcionado à Polícia Civil, o Hospital Araújo Jorge informou que Camilla nunca foi paciente da unidade. Segundo a unidade, funcionários já viram a mulher várias vezes no local, onde foi flagrada tirando fotos em uma maca no Setor de Quimioterapia e usando cartão de identificação interno do hospital em nome de terceiros.

Após essas situações se repetirem, os funcionários teriam começado a retirar a jovem do interior do hospital.

Além disso, o Araújo Jorge informou também que não foi encontrada regulação da mulher no Sistema Único de Saúde (SUS), convênios ou como entrada como paciente particular.

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