A 1ª Delegacia Distrital de Polícia de Trindade, na região metropolitana de Goiânia, executou na manhã desta terça-feira (14/1) mandados de busca e apreensão contra suspeitos de participação em esquema de falsificação de receitas médicas e venda ilegal de medicamentos controlados. Seis buscas foram realizadas em farmácias e oito em residências de farmacêuticos e/ou proprietários dos referidos estabelecimentos.
A investigação começou em meados do ano passado, quando a Polícia Civil recebeu denúncia da Vigilância Sanitária Municipal indicando que algumas farmácias da cidade vendiam medicamentos sem receita, especificamente a amarela, de controle rigoroso pelo Estado. A polícia instaurou inquérito policial e, durante o trâmite da investigação, detectou-se que as receitas amarelas ora eram falsificadas ora tinham inserção de carimbo falso.
Os médicos que constavam como responsáveis por ministrar os remédios foram ouvidos e, em depoimento, negaram que tenham fornecido os medicamentos controlados.
Nesta terça-feira 14, a delegacia deflagrou a Operação Tarja Preta, para cumprir mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça. Nas buscas realizadas nesta terça-feira, foram apreendidas diversas receitas falsificadas, anabolizantes, receitas amarelas em branco, receitas brancas sem origem, além de equipamentos em poder dos suspeitos que podem comprovar práticas criminosas.
Durante o cumprimento da busca e da análise prévia nos celulares apreendidos, em alguns deles, ficou nítido que o fornecimento de medicamentos sem receita era recorrente e, normalmente, cobrava-se o dobro do preço.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação continua para identificar outros possíveis autores, bem como para esclarecer se há mais farmácias envolvidas e outros médicos lesados, além de descobrir a origem da falsificação das receitas.
Os investigados devem responder pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, venda de medicamento em desacordo com receita médica e associação criminosa.
Os nomes das pessoas e empresas alvo da operação não foram divulgados. O PORTAL NG não conseguiu contato com os suspeitos para ouvir a versão deles.
Após receber mercadorias, grupo cancelava compra e exigia estorno

Também na manhã desta terça-feira (14/1), o Grupo Especial de Investigação Criminal (Geic) da Polícia Civil de Anápolis cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Goiânia. A ação foi um desdobramento da investigação criminal em face de um grupo que se passa por empresas de boa-fé, realiza compras de mercadorias e, posteriormente à retirada dos produtos, cancelavam as compras remotamente (chargeback), isto é, solicitavam o estorno da compra.
Inicialmente fora apreendidos telefones dos investigados, documentos e descoberto um depósito de mercadorias produto de crime, sendo necessários dois caminhões e cinco viaturas para fazer o transporte até a Delegacia de Polícia. A investigação seguirá até a completa elucidação dos fatos e a responsabilização criminal de todos os envolvidos. Todos os mandados foram cumpridos em Goiânia, por meio do trabalho de 22 policiais civis.