Hoje é 16 de maio de 2025 23:40

Polícia prende secretário de Comunicação de Anápolis e diretor de portal de notícias

Além dos dois, uma influenciadora foi presa provisoriamente por publicar matérias e informações inverídicas, injuriosas e difamatórias
Investigação revelou que havia diversos boletins de ocorrência relacionados às mesmas páginas de internet, com relatos de difamação, injúria e perseguição // Fotos: Divulgação PCGO

O secretário de Comunicação e Eventos de Anápolis, Luís Gustavo Souza Rocha, foi preso na manhã desta sexta-feira (16/5) pela Polícia Civil de Goiás. Também foram presos o publicitário Denilson da Silva Boaventura, diretor do Portal 6, e a influenciadora Ellysama Aires Lopes de Almeida.

Os três são investigados na Operação Máscara Digital, que tem por finalidade apurar crimes contra a honra, perseguição e uso de identidade falsa em perfis de redes sociais. A investigação teve início após uma vítima registrar ocorrência denunciando publicações e difamatórias feitas pelas páginas anônimas “@anapolisnaroda”, “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3”.

A investigação revelou que havia diversos boletins de ocorrência relacionados às mesmas páginas, com relatos de difamação, injúria e perseguição. Segundo a Polícia Civil, as publicações eram sistemáticas, com o objetivo de atacar a confiança de pessoas públicas e privadas, promovendo constrangimento, medo e danos psicológicos.

A polícia apurou que o grupo operava de forma organizada, utilizando perfis falsos para se proteger e dificultar a identificação, enquanto atacavam sistematicamente diversas vítimas.

Ellysama Aires Lopes Almeida é apontada como ex-proprietária das páginas e responsável por exigir conteúdos criminosos a serem publicados; Denilson da Silva Boaventura seria o principal responsável pelas notificações; e Luis Gustavo Souza Rocha teria se associado a Denilson nas publicações.

“Os integrantes desse grupo criminoso se reuniram com estabilidade e frequência para publicar matérias e informações muitas vezes inverídicas, injuriosas e difamatórias
contra moradores da cidade”, explica o delegado Marcos Adorno, Grupo Especial de Investigações Criminais de Anápolis.

Delegado Marcos Adorno, do Grupo Especial de Investigações Criminais de Anápolis

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão de equipamentos eletrônicos, além de quebra de sigilo de dados telefônicos – que devem abranger mensagens e fotos encaminhadas e recebidas via WhatsApp e demais redes sociais.

Na decisão, a juíza Marcella Caetano da Costa aponta essa ação como imprescindível oaraq aprofundamento da investigação. Já sobre a prisão preventiva, a magistrada acredita ser necessário para esclarecimento das circunstâncias dos fatos criminosos.

Segundo a Polícia Civil, a divulgação da identidade dos presos foi autorizada nos termos da Lei nº 13.869/2019, da Portaria nº 547/2021 da Polícia Civil de Goiás, e com base em despacho fundamentado da autoridade policial, diante da possibilidade concreta de surgimento de novas vítimas. A Polícia Civil orienta ainda que qualquer cidadão que se identifique como vítima dos conteúdos publicados nas páginas citadas procure uma delegacia para registrar ocorrências e colaborar com as investigações.

Os três podem responder pelos crimes de difamação (art. 139 do Código Penal), injúria (art. 140), perseguição – stalking (art. 147-A), falsa identidade (art. 307) e associação criminosa (art. 288).

Outro lado: portal se exime de envolvimento

O advogado criminalista de Anápolis Regis Davidson, que representa a defesa do jornalista Denilson Boaventura, disse que ainda não teve acesso a íntegra dos autos e não vai se posicionar no momento.

A defesa de Luís Gustavo Souza Rocha será promovida pelo advogado Jadson Pacheco, enquanto Ellysama Aires será representada pelo escritório de Franklin Assunção.

Em nota, o Portal 6 informou que acompanha os desdobramentos da operação da policial. Sobre a prisão do publicitário Denilson Boaventura, a nota afirma que ele exerce a função de diretor de Operações do Portal 6.

“Ressaltamos que o veículo, que completa, em 2025, 10 anos de atividades, nada tem a ver com a situação”, diz trecho da nota assinada pelo diretor-geral do portal, Weverthon Dias.

“O Portal 6 continuará acompanhado o caso e reportando todas informações que as autoridades competentes tornarem públicas”, conclui a nota.

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