O prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (sem partido), foi alvo de operação policial, na manhã desta quarta-feira (27/11) em investigação que apura que supostas fraudes em licitações e desvio de recursos públicos. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em quantia superior a R$ 5 milhões. A operação foi denominada de Ato Falho.
Policiais civis da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) saíram a campo para cumprir de 14 mandados de busca e apreensão autorizados pela Justiça. Os alvos das medidas de busca e apreensão foram seis pessoas físicas, incluindo agentes públicos do município de Iporá, e oito pessoas jurídicas, em endereços localizados nas cidade de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Santo Antônio de Goiás, Cezarina, Iporá, todas em Goiás, e Palmas, no Tocantins.
As investigações têm com objeto 37 procedimentos de dispensa de licitação realizados pelo município de Iporá/GO no ano de 2021, que culminaram na celebração de diversos contratos na área de saúde com quatro pessoas jurídicas distintas.
Segundo o delegado Bruno Barros Ferreira, da Deccor, foi possível identificar o envolvimento de quatro empresas que se organizaram para concorrer no processo fraudulento. Um dos investigados, segundo a polícia, pertence a um grupo de empresários que já foi investigado e denunciado pelas mesmas práticas ilegais no município de Iporá.
Levando em consideração o valor dos empenhos realizados às quatro empresas e o sobrepreço identificado, o dano ao patrimônio público supera o montante de R$ 5 milhões.
Advogado de Naçoitan Leite, Thales José disse o prefeito “está absolutamente tranquilo, quanto a essas investigações”.
“Não existe nenhuma irregularidade ou coisa parecida. Ele está à disposição da Deccor, do Poder Judiciário e do Ministério Público para qualquer informação e esclarecimento”, declarou o defensor do político.
Prisão por violência doméstica
Naçoitan Leite esteve preso entre o final de novembro de 2023 e início de fevereiro deste ano, acusado de tentar matar a ex e o namorado dela. No dia 18 de novembro do ano passado, ele, dirigindo uma caminhonete, parou em frente à casa da ex-mulher, acelerou, derrubou o portão e invadiu o local, tendo efetuado pelo menos 15 disparos contra ela e o então namorado dela.
O prefeito teria cometido o crime por não aceitar o fim da relação de 15 anos com a ex-companheira. Em um áudio, o prefeito citou a motivação da separação com a ex-mulher e disse que “perdeu a cabeça”.